CDS diz que António Costa tem “dois pés no fundo do mar”
26-10-2021 - 16:47
 • Filipe d'Avillez

Telmo Correia pergunta se António Costa terá coragem para dizer ao país que continua a ter uma solução “estável e duradoura”, agora que, segundo ele, “a geringonça matou a geringonça”.

Depois de Rui Rio ter dito que António Costa estava a “pescar à linha”, o CDS foi mais longe e disse, durante o debate sobre a proposta do Orçamento do Estado, que o primeiro-ministro tem “dois pés no fundo do mar”, dando continuidade assim às citações de Jorge Palma que o próprio líder do Governo iniciou no seu discurso de abertura.

Para Telmo Correia, o Governo encontra-se perante “o fim de um ciclo e o fim de um modelo. Modelo que o senhor criou para, sem ter ganho as eleições, chegar ao poder e governar o país. Lembro-me de ter dito que o senhor tinha caído para o outro lado do muro, agora está entre a espada e o muro e não tem como sair.”

O líder da bancada parlamentar do CDS diz mesmo que “A geringonça matou a geringonça. É disso que estamos a falar hoje. O problema não é nosso. Este é, do nosso ponto de vista, um mau orçamento. Repete orçamentos anteriores, mais socialista até que anteriores. Corresponde à herança de seis anos de geringonça e a herança é, recuando até 2015, um aumento significativo de dívida pública”, acusa.

Telmo Correia aponta para os “níveis de empobrecimento inaceitáveis”, com “quase dois milhões de portugueses em risco de pobreza” e para o facto de Portugal ter um dos piores salários médios da União Europeia e recorda ao primeiro-ministro que “quem cria salários, e salários bons, não é o Governo e os decretos, mas as empresas, e este é um orçamento contra as empresas.”

Recordando que António Costa passou seis anos a prometer aos portugueses que tinha “uma solução estável e coerente” para governar, Telmo Correia perguntou o que fará o primeiro-ministro se, após eleições antecipadas, chegar ao Parlamento com uma nova maioria de esquerda. “Se houver eleições e chegar aqui com nova maioria de esquerda, é capaz de dizer ao país que tem outra solução duradoura e estável? É capaz de dizer isso ao país?”

Neste momento o Orçamento tem chumbo praticamente garantido, tendo em conta a recusa do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista de o viabilizar. Caso isso aconteça o país avançará para eleições antecipadas.