Roubados e ameaçados. Produtores de castanha de Valpaços exigem medidas
20-11-2017 - 21:27
 • Olímpia Mairos

Produtores do concelho de Valpaços reclamam medidas para fazer face ao flagelo dos roubos e defendem uma intervenção por parte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e uma maior fiscalização por parte da GNR.

Os produtores de castanha de São João de Corveira, concelho de Valpaços, queixaram-se esta segunda-feira de sucessivos roubos de castanha nos soutos da região.

Segundo Hernâni Sousa, presidente da Junta de São João de Corveira, “é a praga mais recente dos nossos castanheiros. Para além de roubarem, chegam a ameaçar os produtores que os encontram a roubar nos soutos”.

A campanha da castanha está praticamente a terminar, mas como o fruto não cai todo de uma vez, os agricultores vão fazendo várias passagens pelos campos, para recolher o fruto que, entretanto, caiu. Mas, ultimamente, quando chegam aos soutos, “castanhas, nem vê-las”.

José Luís Matias, proprietário de 400 castanheiros, conta que quando chegou ao seu terreno andavam a “roubar as castanhas. Entrei e disse-lhes que aquilo não estava ‘soutado’ e eles ameaçaram-me. Tive de me vir embora”.

“São grupos de 10 e 20 pessoas, a apanhar. Num destes dias ia para apanhar uns castanheiros que estavam à beira da estrada e, quando lá cheguei, estavam todos limpinhos”, conta Guilhermino Dinis.

Daniel Carneiro revela que ontem [domingo] “andavam uns 20” num dos seus soutos a furtar castanha.

Os produtores falam em estrangeiros, homens, mulheres e crianças, distribuídos por vários carros que actuam de manhã cedo ou ao escurecer, usando lanternas ou os faróis dos carros para se iluminarem.

O presidente da junta de freguesia, Hernâni Sousa, considera que “roubar em plena campanha é muito grave, são prejuízos enormes", defendendo que "quem recebe este tipo de castanha devia ser também fiscalizado”.

Autarca e produtores reclamam medidas para fazer face ao flagelo dos roubos e defendem uma intervenção por parte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e uma maior fiscalização por parte da GNR.