D. Américo Aguiar: Apoio estatal é bem-vindo, mas "não cobre sequer o corte da publicidade em março" no Grupo Renascença
29-05-2020 - 12:00
 • Renascença

D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente do Conselho de Administração do Grupo Renascença Comunicação Multimédia, explica a importância do apoio governamental para manter vivos os grupos de media nacionais. Grupo Renascença sofreu quebra de três milhões de euros de receita devido à pandemia e recebeu 480 mil euros em publicidade estatal.

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O grupo Renascença teve uma quebra de três milhões de euros em publicidade desde que o país entrou em confinamento, devido à pandemia da Covid-19.

O anúncio foi feito por D. Américo Aguiar, presidente do Conselho de Administração do Grupo Renascença Comunicação Multimédia e bispo auxiliar de Lisboa, que explica a importância do apoio do Governo aos meios de comunicação social.

"Nos media houve a decisão da antecipação da compra de publicidade. Os 480 mil euros [que foram atribuídos ao grupo Renascença] não cobrem sequer o corte da publicidade no mês de março. Podemos falar numa queda de três milhões de euros de receita", afirmou, em declarações no programa da manhã da Renascença.

Sobre os 480 mil euros em compra antecipada de publicidade por parte do Estado, D. Américo Aguiar explica que é um valor que ajuda, mas não vai resolver o problema da queda de receita.

"Grão a grão enche a galinha o papo. Todas as pequenas ajudas são importantes para continuarmos no caminho do cumprimento da responsabilidade com os nosso trabalhadores e com a população que servimos com informação e entretenimento", sublinha o administrador.

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Renascença Comunicação Multimédia defende a necessidade de apoios estatais para os grupos de media, assim como de todos os outros setores para relançar a economia.

"Às vezes vejo uma leitura muito negativa e sarcástica da decisão de ajudar os media, e nem é unânime em todos os partidos, mas a nossa total solidariedade com todas as áreas da economia. Todos precisamos de ajuda. Nos media, a ajuda é sensível e vêm sempre os papões e fantasmas do passado. Olhamos para a Europa e a forma como os governos ajudam os media é diferente e também há quem ache bem e mal", afirma.

Sem ajuda governamental ou a melhoria do mercado, D. Américo Aguiar acredita que alguns grupos de media podem não resistir e fechar portas até ao final do ano.

"Se os media não tiverem algum oxigénio, quer por esta antecipação de verba ou pela melhoria do mercado, podemos chegar a fim de 2020 e a existência de grupos de comunicação pode não corresponder", diz.