Patriarca de Lisboa pede que paróquias sigam “determinações das autoridades” e adiem celebrações penitenciais
11-03-2020 - 17:41
 • Ecclesia

Catequese será suspensa onde houver escolas encerradas, indica D. Manuel Clemente.

O patriarca de Lisboa publicou esta quarta-feira uma nota sobre a situação provocada pela difusão do Covid-19, pedindo que as paróquias sigam as recomendações das autoridades, neste campo.

“Como cidadãos, devemos atender a todas as indicações das autoridades sanitárias e civis, para prevenir situações de risco”, escreve D. Manuel Clemente.

O responsável católico destaca, em particular, que as vigararias (conjunto de paróquias) devem seguir “as determinações das autoridades nacionais e concelhias sobre espaços públicos e eventos em geral”.

“Onde se encerrarem escolas, devem suspender-se as catequeses e outras ações pastorais que envolvam grupos mais numerosos”, precisa.

“São de adiar as celebrações penitenciais com confissões e não se deve recorrer à absolvição geral”, prossegue D. Manuel Clemente.

A nota alude ainda às visitas a estabelecimentos de saúde e prisionais, bem como a lares e residências.

“Quanto às celebrações em templos, também se seguirão prudentemente as diretivas das autoridades”, indica o cardeal-patriarca de Lisboa.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) recorda que o organismo já deixou indicações, para esta situação, “designadamente quanto à comunhão na mão e à omissão do abraço da paz e da água benta nas respetivas pias”.

“Igualmente, outras que têm sido dadas sobre não beijar imagens e a maior distância e resguardo na administração da reconciliação sacramental”, acrescenta.

D. Manuel Clemente pede que os católicos vivam o atual momento “com fé no Deus da vida, que nunca abandona ninguém, sobretudo nas ocasiões mais difíceis”.

“Mantemo-nos em oração por todos, em especial pelos profissionais de saúde e pelos doentes e suas famílias, certos de que assim se alarga a esperança e reforça o ânimo”, acrescenta.

O patriarca de Lisboa assinala que, com a “prudência necessária”, os sacerdotes, diáconos e agentes pastorais “nunca deixarão de acompanhar quem precisa de apoio humano ou sacramental”.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4300 mortos em 28 países e territórios.

O número de infetados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados, 17 dos quais na região da Grande Lisboa.