Neurocirurgião de São José autorizou transferência de doente que morreu à espera de cirurgia
23-12-2015 - 16:55
 • José Carlos Silva

É a resposta do INEM às perguntas da Renascença sobre as circunstâncias da transferência de David Duarte, que faleceu depois de três dias sem assistência médica adequada.

Foi um neurocirurgião de serviço no Hospital de São José que aceitou a transferência de Santarém para aquele hospital de Lisboa de um homem de 29 anos com um quadro clínico que apontava para uma hemorragia cerebral. É o que garante o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) à Renascença.

O doente em questão, David Duarte, acabou por morrer a 14 de Dezembro, uma segunda-feira, sem assistência médica especializada, uma vez que o hospital não tem equipas de neurocirurgia vascular e de neuroradiologia de intervenção aos fins-de-semana.

A Renascença questionou o INEM por que razão transportou um doente com um quadro clínico que apontava para uma hemorragia quando no Hospital de São José não trabalham aquelas equipas médicas aos fins-de-semana.

Na resposta, por escrito, o INEM garante que se limitou a efectuar o transporte como lhe compete e depois de ter confirmado junto do Hospital de São José a aceitação da recepção do doente.

“Ao INEM compete garantir o transporte e confirmar junto da Unidade Hospitalar de destino a aceitação da recepção do doente. Assim foi feito, tendo a confirmação sido dada pelo neurocirurgião de serviço na unidade hospitalar que nos foi indicada como de referência”, lê-se na resposta escrita do INEM.

O Conselho de Administração do Hospital de São José abriu um inquérito para apurar o que realmente aconteceu.

A tutela anunciou que pediu à administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central e à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde para apurarem eventuais responsabilidades do Hospital de São José na morte de um doente