"Portugal perdeu uma das mais notáveis escritoras contemporâneas”, diz Costa
03-06-2019 - 13:53
 • Lusa

Agustina Bessa-Luís morreu esta segunda-feira, aos 96 anos. Governo decretou um dia de luto nacional.

O primeiro-ministro diz que Portugal perdeu uma das suas mais notáveis escritoras contemporâneas, salientando que a obra de Agustina Bessa-Luís constitui "uma imensa tela sobre a condição humana".

Numa nota de pesar publicada esta segunda-feira na rede social Twitter, António Costa apresenta as suas sentidas condolências à família e aos amigos de Agustina Bessa-Luís, que faleceu hoje no Porto, aos 96 anos.


"Portugal perdeu uma das suas mais notáveis escritoras contemporâneas. Como toda a grande literatura, a obra de Agustina Bessa-Luís é uma imensa tela sobre a condição humana, sobre o que temos de mais misterioso e profundo. Sentidas condolências à família e amigos", escreveu o primeiro-ministro.

O Governo já decretou para terça-feira um dia de luto nacional pela morte da escritora.

Agustina Bessa-Luís nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde, há cerca de duas décadas.

O seu nome saltou para a ribalta literária em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz, que constam de uma lista de galardões que inclui igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e que voltou a receber em 2001, com "O Princípio da Incerteza I – Joia de Família".

Foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Agustina recebeu ainda os Prémios Camões e Vergílio Ferreira, ambos em 2004, e foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

O funeral realiza-se na terça-feira. O corpo da escritora “ficará em câmara ardente na Sé Catedral do Porto a partir das 10h30, onde às 16 horas serão celebradas Exéquias Solenes, presididas pelo Senhor Dom Manuel Linda, Bispo do Porto.

Finda a cerimónia religiosa o corpo seguirá para o Cemitério do Peso da Régua, onde será sepultado na intimidade da família”, anuncia a família em comunicado.