Aprender agricultura no YouTube e faturar 280 mil euros
14-05-2018 - 15:34
 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)

Tomás Lancastre tem 25 anos e é dono de uma empresa de microvegetais, no Seixal. O gosto pela atividade rural é de família, mas a escola foi o YouTube.

Era uma vez um rapaz que decidiu ser agricultor aos 13 anos. A família ofereceu árvores de fruto, um saco de fertilizante e mostrou-lhe uma criação de galinhas. E vai daí, dedicou-se à terra.

Podia ser ficção, mas é uma história real. Tomás Lancastre, dono da Microgreens, recorda "um almoço de uns anos de um tio ou de um primo que tinham uma produção caseira de galinhas. Lembro-me de ter ido ver o galinheiro com a minha avó e ficámos os dois entusiasmadíssimos e disse-lhe 'eu quero ter isto'".

Licenciado em Gestão pela Universidade Católica, Tomás não percebia nada de agricultura e conta que tudo o que aprendeu "foi no YouTube: encontrei vários canais de pessoas que faziam agricultura em casa e que publicavam vídeos com as suas hortas, a sua produção e explicavam como se produzia as cebolas, os tomates, as galinhas e os porcos".

Daí até à ideia de negócio foi um pequeno passo. Tomás dedicou-se aos microvegetais, que são, por assim dizer, os detalhes num prato gourmet. "São flores comestíveis, folhas comestíveis", muito procuradas pelos chefs de cozinha.

"Trabalhamos atualmente com mais de 200 restaurantes, o que é um volume significativo". Entre os clientes estão nomes tão conhecidos como José Avillez, Rui Paula ou Ljubomir Stanisic, um sinal de que "o mercado responde lindamente", porque "quantos mais chefs nos procuram, mais novos clientes aparecem".

E o negócio paga as contas? "Paga pois (risos). No ano passado faturámos 280 mil euros".