Covid-19: DGS alarga testes rápidos a escolas, fábricas e construção civil
10-02-2021 - 19:09
 • Renascença

Direção-Geral da Saúde anuncia nova estratégia, que passa também pelo alargamento dos critérios de testagem a todos os contactos com doentes infetados com o novo coronavírus.

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quarta-feira o alargamento dos testes rápidos a escolas, fábricas e ao setor da construção civil.

No âmbito da nova estratégia de testagem, a DGS defende "a disponibilização generalizada de testes rápidos de antigénio (TRAg) nas unidades de saúde do SNS".

A Direção-Geral da Saúde também preconiza "a implementação de rastreios regulares", com testes rápidos, "em contextos particulares como nas escolas e setores de atividade com elevada exposição social (trabalhadores de fábricas, trabalhadores da construção civil, entre outros)".

A DGS também alarga os critérios de testagem covid-19 a todos os contactos com pacientes infetados, sejam de alto ou baixo risco.

Até agora, só eram recomendados testes laboratoriais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a contactos de alto risco com doentes com o novo coronavírus.

A DGS explica, em comunicado, que “revê em permanência as suas recomendações”, tendo em conta a evidência científica, as recomendações internacionais e o consenso de peritos e parceiros nacionais e internacionais.

Tendo em conta a atual situação epidemiológica, a emergência das novas variantes e a diminuição da incidência diária de casos de infeção, a direção liderada por Graça Freitas refere que decidiu atualizar a estratégia de testagem.

O objetivo, sublinha a DGS, é “antecipar um desconfinamento controlado, e otimizar a capacidade laboratorial do país, gradualmente expandida durante o ano de 2020”.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta quarta-feira que o aumento da testagem à Covid-19 é uma das prioridades para travar a pandemia de Covid-19.

No Parlamento, Marta Temido definiu o guião do novo plano. “Para efeitos de recomendação da realização de um teste, deve ser considerado todo o contacto, independentemente do nível de risco”, disse.

A ministra quer “acesso gratuito, pago pelo Estado, a estas metodologias e a sua disponibilização em locais simples, prescindindo daquilo que é a prescrição clínica”, e o alargamento da realização massiva de testes em setores da atividade económica que neste momento não estão parados, como a indústria e construção civil.


O pneumologista e coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, disse esta quarta-feira serfundamental a Direção-Geral da Saúde avançar com uma proposta de revisão da estratégia de testagem, que passa pelo aumento dos rastreios e dos testes a contactos de casos positivos de Covid-19.

“Os contactos de alto risco têm de ser imediatamente testados”, defende, em declarações à Renascença. “Essas pessoas até, geralmente, são assintomáticas”, sublinha.

Ouvidos pela Renascença, os grupos Unilabs e Germano de Sousa garantem ter “capacidade” para aumentar a testagem ao novo coronavírus.

Nas últimas 24 horas, a Direção-Geral da Saúde registou mais 161 mortos e 4.387 novos casos de Covid-19. O relatório desta quarta-feira da DGS revela ainda novo recuo no número de internamentos, que está agora abaixo dos seis mil (5.829), menos 241 do que ontem.

Nos cuidados intensivos também uma houve redução de internamentos. Estão agora 853 pessoas internadas neste tipo de unidades, menos nove do que ontem.

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