“Errar será normal, mas persistir num erro não traz vantagens”, adverte sindicato dos inspetores
05-04-2022 - 14:42
 • Celso Paiva Sol , Rosário Silva

Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras reage à entrevista de Ângelo Correia à Renascença, depois de se ter reunido com o novo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

O Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), considera que o novo ministro da Administração Interna devia ouvir os anteriores titulares da pasta sobre “o erro” que representa a extinção do SEF.

Acácio Pereira reage, desta forma, à entrevista que Ângelo Correia concedeu à Renascença, esta terça-feira.

“O atual ministro devia ouvir os ex-ministros da Administração Interna e, seguramente, teria muito a aprender, não só com o engenheiro Ângelo Correia, mas também com o professor Rui Pereira. Possivelmente, dir-lhe-iam que a sua opinião é bastante distinta daquela que atualmente o Governo tem”, atesta.

“Errar será normal, mas persistir num erro, é uma situação que não traz vantagens para ninguém”, sublinha o presidente do SCIF.

O sindicato dos inspetores do SEF, assim como os restantes que representam os inspetores e o pessoal administrativo deste serviço, foram recebidos, na segunda-feira, pelo novo ministro da Administração Interna, Jose Luis Carneiro.

Um encontro que serviu para confirmar todos os planos, e datas, que vêm da legislatura anterior, o que pode acrescentar, segundo Acácio Pereira, “mais erro, ao erro já existente”.

“Foi dito pela parte do Governo que há intenção de executar esta extinção do SEF, eles preferem chamar restruturação, mas na minha perspetiva é uma verdadeira extinção do SEF, no prazo que a lei em vigor determina”, alude.

“Nós temos sérias duvidas que isso se consiga fazer nesse prazo. Para já a decisão em si, é um erro e, depois, executar esse erro num curto espaço de tempo, pode acrescentar mais erro ao erro já existente”, adverte o mesmo responsável.

Nestas declarações à Renascença, Acácio Pereira critica ainda a manutenção dos prazos definidos, no que diz respeito ao fim do SEF, já em meados do próximo mês de maio, mas também censura o facto do Governo continuar sem dizer, exatamente, como é que o vai fazer.

“Na reunião foram abordados os assuntos de forma direta, mas sem apresentação de nenhum documento. Estamos a falar no plano das intenções e, neste plano, o senhor ministro disse que pretendia garantir aquilo que são o direito das pessoas e regular a funcionalidade do serviço, mas para nos podermos pronunciar, só à vista de um documento para o fazermos em segurança”, conclui, o presidente do SCIF do SEF.

Em entrevista à Renascença, Ângelo Correia, afirmou não tem dúvidas de que é impossível concretizar a restruturação do SEF nos prazos previstos.

O antigo ministro da Ministro da Administração Interna, considera que se o Governo insistir no dia 13 de maio, irá provocar o caos nesta área da segurança interna, e um descrédito internacional difícil de emendar.