Portugal contribui com 10 milhões de euros para a investigação de vacina e tratamentos
04-05-2020 - 10:26
 • Renascença

António Costa destaca "resposta à escala global" para procurar combate a Covid-19 com novas formas de diagnóstico, tratamento e vacina.

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António Costa anunciou que Portugal reuniu 10 milhões de euros de contribuições para a angariação de fundos da Comissão Europeia para a investigação de uma vacina e tratamentos para a Covid-19.

A verba será entregue esta tarde na campanha mundial de angariação de fundos, que é lançada em Bruxelas. A Comissão Europeia espera recolher 7,5 mil milhões de euros. O valor é um conjunto de doações de empresas públicas e privadas.

"É um desafio global que só pode ter respostas à escala global. É muito importante que tenha sido organizada esta iniciativa para mobilizar 7,5 mil milhões de euros com os objetivos de desenvolver mecanismos de diagnóstico, tratamento e uma vacina para a Covid-19", diz, numa conferência de imprensa na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O primeiro-ministro agradece a todo o setor público e privado pelas doações que permitem que Portugal contribua com 10 milhões de euros.

"Quero agradecer ao setor público e privado, as empresas, associações empresariais, ciência e também o setor social e filantrópico, que nos permitiu fazer esta oferta", diz.

Costa destaca a importância do setor científico no combate à Covid-19. "Não é só um esforço financeiro. O sistema científico está a funcionar plenamente, é necessário encontrar novas formas de diagnóstico", diz.


Angariação pode ser "ensinamento" para a Europa

Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros, também marcou presença na conferência de imprensa e apela aos valores que a pandemia da Covid-19 levanta.

"A pandemia de Covis-19 coloca três desafios particulares à Europa: coordenação, colaboração e cooperação. Só de forma coordenada a UE pode superar a crise que a pandemia provocou", afirmou.

O ministro recorda a importância da descoberta de uma vacina para que a doença possa ser controlada e reduzidos os danos.

"Esta coordenação é essencial em relação à que é a nossa grande necessita.de, de encontrar tratamento eficaz e necessidade de chegarmos rapidamente a uma vacina. Temos de estar envolvidos num registo de colaboração, entre estados-membros e entre as fundações, o setor social, colaboração das empresas e das entidades privadas e dos sistemas científicos, que representam uma das maiores riquezas da EU.

Nesse sentido, Santos Silva destaca a participação portuguesa com o financiamento e acredita que a atual pandemia poderá servir de ensinamento para o futuro, quando os países precisarem de financiamento para reerguerem as suas economias.

"Este espírito pelo qual vamos levantar uma quantidade significativa de recursos financeiros, sem duvidar de saber a quem pertence e, sobretudo, a quem pertence o seu benefício, é uma forma muito cooperativa de nós, europeus, encontrarmos recursos de que precisamos para valorizar a nossa Europa. Que seja um ensinamento para outras dimensões em que precisamos também de levantar recursos significativos para apoiar a recuperação das nossas economias e das nossas sociedades", afirma.

O ministro diz que o apoio de Portugal não ficará só pelo aspeto financeiro: "Queremos participar no esforço de desenvolvimento da investigação laboratorial e da implementação prático do tratamento e da vacina. Temos recursos importantes na nossa ciência, nas nossas farmacêuticas, no nosso setor de saúde para que a Europa possa chegar à tão ansiada vacina", termina.

Ursula von der Leyen participou na conferência de imprensa através de um vídeo. A Presidente da Comissão Europeia pede união à escala global para combater a pandemia.

"A resposta a esta pandemia tem de ser global. Precisamos de colaboração de todos os governos, cientistas, sociedade civil, empresas, cidadãos. O objetivo desta conferência global é juntar forças e mobilizar recursos. Temos de desenvolver uma vacina, produzi-la e distribui-la por todos os cantos do mundo", disse.

A líder da Comissão Europeia alerta, no entanto, que 7,5 mil milhões de euros poderão não ser suficientes no futuro.

"Para isto precisamos de dinheiro. Um dos grande objetivos é angariar uma quantia inicial de 7,5 mil milhões de euros para arrancar com esta cooperação global. No futuro será necessário mais dinheiro", termina.