Autodeterminação de género aos 16 anos ameaça "civilização", diz arcebispo de Braga
22-09-2017 - 15:37

Arcebispo de Braga critica proposta do Bloco de Esquerda, que sugere que os menores de 16 anos possam recorrer aos tribunais para contornar a oposição dos pais, caso estes não concordem com a mudança de sexo no registo civil.

O projecto de lei do Bloco de Esquerda (BE) sobre a autodeterminação de género revela “falta de senso comum” e ameaça “a nossa civilização”, critica o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga.

Em declarações ao programa "Ser Igreja", da Rádio Sim, D. Jorge Ortiga diz que há partidos e ideólogas que não são capazes de “pensar minimamente”.

“Há aqui uma falta de senso comum. Nós estamos a destruir a nossa cultura e o conhecimento do que são as pessoas humanas”, afirma o prelado.

O projecto de lei do Bloco de Esquerda defende a autodeterminação de género aos 16 anos ou até antes caso haja autorização dos pais.

“Fazer com que um jovem, até aos 16 anos, tome uma decisão para a sua vida toda… o que são 16 anos? O que significa? Sabemos que hoje se amadurece muito mais tarde, sabemos que mesmo alguém com 25 anos reconhecemos muitas vezes que ainda maturidade e experiência”, defende D. Jorge Ortiga.

Para o arcebispo de Braga, colocar esta possibilidade na lei demonstra “falta de senso comum” e apela à mobilização de todos os que não estão de acordo.

“É destruirmos a nossa civilização, a nossa cultura, é uma sociedade sem valores. Para onde é que vamos? Que caminho estamos a seguir? Importa que o cidadão português tome consciência, não basta dizer: ‘eu não concordo, isto é uma estupidez’. Nós temos que começar a fazer alguma coisa e temos que começar a reagir”, defende, D. Jorge Ortiga.

A proposta do BE foi discutida esta semana no Parlamento. Entre outras coisas o projecto sugere que os menores de 16 anos possam recorrer aos tribunais para contornar a opinião dos pais, caso estes não concordem com a mudança de sexo no registo civil. Este e outros dois projectos - do PS e do PAN - vão agora ser discutidos em comissão de onde deverá surgir um único projecto concertado para ser votado em plenário.

[Notícia corrigida às 16h11]