TAP. PCP quer medidas excecionais e rejeita imposições europeias
13-12-2020 - 15:02
 • Lusa

"Porque carga de água é que tem que ser a União Europeia a decidir o nosso futuro coletivo e das nossas empresas", questionou Jerónimo de Sousa.

O PCP defendeu este domingo "medidas excecionais" para manter a TAP como empresa estratégica para Portugal, rejeitando que seja a União Europeia a determinar qual deve ser o futuro da empresa.

"Porque carga de água é que tem que ser a União Europeia a decidir o nosso futuro coletivo e das nossas empresas", questionou o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, em conferência de imprensa após uma reunião do comité central comunista.

Jerónimo de Sousa afirmou que as posições de Bruxelas sobre a TAP "não querem determinar o futuro da TAP mas negar o futuro", considerando que são imposições que levariam a transportadora aérea a transformar-se numa "empresa um bocado regionalizada e entregue a uma qualquer multinacional num papel subsidiário".

"Consideramos que nesta situação excecional [de crise no setor da aviação por causa da pandemia da covid-19] são precisas medidas excecionais que permitam à TAP continuar a ser uma grande empresa estratégica com um papel importante no nosso desenvolvimento e na nossa economia", declarou.

Para Jerónimo de Sousa, "esta situação dramática" provocada pela pandemia haverá de acabar, mas até lá "é preciso acudir com medidas excecionais" para proteger salários e empregos dos trabalhadores da empresa "que permitam depois a retoma da TAP, com todas as consequências positivas que isso teria para a economia".

"A TAP tem futuro, assim o Governo o entenda", referiu.

Nas conclusões da reunião do Comité Central, o partido afirma que a situação da economia portuguesa exigia "um outro nível de resposta" no Orçamento de Estado e que a culpa é da "convergência entre PS e PSD na rejeição de muitas e significativas propostas que o PCP apresentou".

Por outro lado, considera que o que se conseguiu incluir no Orçamento pela intervenção dos comunistas "não permite ao Governo PS invocar argumentos para passar ao lado da resposta que se impõe a muitos dos problemas nacionais, que só não terão solução se o Governo não quiser".