Nem surpresas nem polémicas
12-09-2022 - 06:45

Num campeonato, como o nosso, capaz de gerar tantas anomalias, tivemos no sábado, em Famalicão, mais um caso surreal, quando uma criança de dez anos de idade foi obrigada, à entrada do estádio do clube local, a despir a camisola do Benfica, pelos responsáveis pela segurança local, e assistir à partida em tronco nu.

O mais relevante da jornada seis da Liga, que só logo à noite vai terminar, não são os triunfos alcançados pelas quatro mais importantes equipas do calendário.

Eram todas favoritas, e os resultados que Benfica, Porto, Sporting e Braga alcançaram não deixam espaço nem para dúvidas, muito menos para polémicas.

A fixar, sobretudo, o facto de nos oito jogos disputados até ontem, cinco terem sido obtidos como visitantes, o que não dispensa alguma reflexão sobre a forma como decorre este campeonato, ou seja, tal factor parece estar a exercer cada vez menos influência, o que pode vir a contribuir para um maior equilíbrio final.

Boavista, Benfica, Braga, Casa Pia e Gil Vicente venceram fora, embora sem a abundância de golos que se pode ter constatado noutras circunstâncias.

Outro factor que merece registo tem a ver com o facto de esta jornada ter sido realizada no intervalo de duas rondas das competições europeias, sempre suscpetíveis de gerar condicionamentos especiais a que, tanto jogadores como treinadores, normalmente, não deixam de obedecer.

Num campeonato, como o nosso, capaz de gerar tantas anomalias, tivemos no sábado, em Famalicão, mais um caso surreal, quando uma criança de dez anos de idade foi obrigada, à entrada do estádio do clube local, a despir a camisola do Benfica, pelos responsáveis pela segurança local, e assistir à partida em tronco nu.

Depois de a Liga de Clubes ter definido como uma das suas principais prioridades o regresso das famílias ao futebol na presente temporada voltou, neste caso, a faltar a sensibilidade dos agentes desportivos, que agora decidem refletir urgentemente sobre este lamentável incidente para evitar a sua repetição.

Não merece mais palavras o reprovável acontecimento, sobre o qual alguns responsáveis também já emitiram opinião, esperando-se agora que sejam tomadas medidas muito claras para que não haja mais “convites” deste género para que os espectadores se afastem dos recintos desportivos.

Finalmente, uma má notícia que ontem chegou às redacções dando conta da morte de Fernando Pedrosa, dirigente muito prestigiado que foi do Vitória de Setúbal e da Federação Portuguesa de Futebol, e que sempre manteve sã e correcta relação com todos os agentes do futebol. A cidade de Setúbal perde uma grande figura, e o futebol sente a falta de uma das figuras mais importantes no seu tempo.