OMS. Vacinar crianças é "responsabilidade conjunta das autoridades, dos pais e da população"
19-04-2017 - 12:54
 • Pedro Mesquita

A Renascença falou com o responsável pelo Programa de Vacinação e Imunização da Organização Mundial de Saúde. Robb Butler diz que Portugal tem "um programa particularmente forte de vacinação".

O responsável pelo Programa de Vacinação e Imunização da Organização Mundial de Saúde (OMS), Robb Butler, diz à Renascença que vacinar crianças "é uma responsabilidade conjunta das autoridades de saúde, dos pais e da população em geral".

Robb Butler soube pela Renascença da notícia da morte de uma jovem portuguesa com sarampo e da existência de um surto da doença em Portugal, situação que classifica como "preocupante".

"Ficamos sempre preocupados quando há casos de sarampo e quando, em casos extremos, morrem pessoas com sarampo. É claro que isto é evitável, através da vacinação", diz o responsável da OMS, ao telefone, de Copenhaga.

Butler sublinha que Portugal tem "um programa particularmente forte de vacinação" e insiste na necessidade de as crianças serem vacinadas.

"Em Portugal, existe um programa particularmente forte de vacinação. Conseguiu eliminar tanto o sarampo como a rubéola e, por isso, claro que estamos preocupados com estes casos recentes. É importante lembrar que é uma responsabilidade conjunta das autoridades de saúde, dos pais e da população em geral. As pessoas devem perceber que, sem estarem devidamente vacinadas, não estarão completamente protegidas", sublinha o responsável pela área da vacinação da OMS

Robb Butler nota que compete às autoridades portuguesas decidir se a vacinação deve ser apenas recomendada ou obrigatória, questão na qual diz não pretender-se "intrometer-se", por ser "uma decisão que compete às autoridades locais". Todavia, o responsável da OMS considera fundamental encorajar os portugueses a vacinarem-se: "Aquilo que as autoridades de saúde devem fazer, e estou certo que estão a fazer, é encorajar fortemente todas as pessoas a vacinarem os seus filhos."

O responsável pelo Programa de Vacinação e Imunização da OMS deixa, ainda, um conselho às autoridades de saúde. "Se não tiverem a certeza de que eles próprios [os pais] ou os seus filhos estão vacinados, devem ir verificar e vacinar."