Sevilha introduziu um sistema pioneiro para nomear e classificar as frequentes ondas de calor que afetam esta cidade do sul de Espanha, o que vai permitir ligar as previsões meteorológicas aos impactos na saúde, disse o autarca local.
O projeto-piloto compreende três categorias e alertará a população até cinco dias antes de um evento de calor, disse ele, numa declaração, no final de terça-feira.
"Somos a primeira cidade do mundo a dar um passo que nos ajudará a planear e a tomar medidas quando este tipo de evento meteorológico acontecer", disse o presidente da câmara, Antonio Muñoz.
O projeto foi realizado conjuntamente com o Centro de Resiliência da Fundação Adrienne Arsht-Rockefeller (Arsht-Rock), que desenvolve soluções para os riscos climáticos através de parcerias com peritos e decisores políticos.
As ondas de calor serão categorizadas numa escala de três níveis e nomeadas em ordem alfabética inversa. Os primeiros cinco serão denominados Zoe, Yago, Xenia, Wenceslao e Vega.
Sevilha, localizada no vale do rio Guadalquivir na Andaluzia, é um dos lugares mais quentes de Espanha, com temperaturas que ultrapassam facilmente os 40 graus Celsius durante o Verão. Muitos temem que as ondas de calor e secas provavelmente se tornarão mais frequentes.
Nas últimas semanas, vários incêndios florestais deflagraram em Espanha, que registou a sua primeira vaga de calor em mais de 40 anos, com temperaturas a subirem aos 43 graus em cidades como Sevilha e Córdoba.
"Este novo método destina-se a criar consciência do impacto mortal das alterações climáticas e, em última análise, salvar vidas", disse a directora da Arsht-Rock, Kathy Baughman McLeod.
Outras cidades em todo o mundo, tais como Melbourne, Atenas e Los Angeles, estão também a trabalhar em planos semelhantes para utilizar dados meteorológicos e de saúde pública para classificar as ondas de calor.