A diretora do departamento dos Bens Culturais da diocese de Viseu, Fátima Eusébio, quer combater a proliferação de imagens sem qualidade nas igrejas da diocese
“Continuamos a ser confrontados com obras de amadores. Chego a igrejas e vejo peças de marfinite de supermercados, sem qualquer valor artístico”, denuncia Fátima Eusébio, em declarações à Renascença.
"Há inúmeras peças de marfinites, material não adequado para a Igreja, vejo as peças de marfinite, compradas em supermercado, nas lojas mais corriqueiras, sem qualquer valor artístico, pinturas sem qualquer valor artístico, reproduzidas com base em imagens de pagelas. Isto levanta esta questão de confundir arte com réplicas”, exemplifica a responsável do departamento dos Bens Culturais da diocese de Viseu.
Fátima Eusébio reconhece que se trata de um tema sensível. "Eu sei que isto mexe com as sensibilidade das pessoas, na questão das promessas", aponta, defendendo, contudo, que a tendência tem se ser travada, sob pena de "qualquer dia, termos que ter prateleiras nas igrejas para por tanta imagem".
As igrejas não podem ser "supermercados de imagens" e a responsável sugere uma alternativa: "Se calhar, era melhor canalizar a promessa para algo que a Igreja necessite mais."
“Sempre que houver intervenção na Igreja, uma nova aquisição, tem que haver diálogo e reflexão porque estamos a falar de um espaço que é de todos, não é privado", remata a diretora do departamento dos Bens Culturais da diocese de Viseu.