Decorre, esta quinta-feira, no Vaticano, o “Dia de Oração e Reflexão pelo Líbano”, convocado pelo Papa. O objetivo é “reacender luzes de esperança numa terra carregada por uma dura crise política e económica”, informa a Santa Sé.

Esta quinta-feira de manhã, os patriarcas católicos e líderes de outras igrejas cristãs do Líbano rezaram com o Papa na basílica vaticana e desceram até ao túmulo do apóstolo Pedro, onde acenderam uma vela. Os trabalhos decorrem todo o dia à porta fechada e, só mais logo, haverá uma celebração ecuménica.

Um dos participantes no encontro, o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas orientais, declarou aos jornalistas, esta manhã, que “o Líbano tem tantos problemas, tantas dificuldades e tanto sofrimento acrescido pelos efeitos da violenta explosão que todos recordamos”, que só Deus Pai “pode intervir pelo Médio Oriente e pelo Líbano, é por isso que o Papa nos convoca hoje para rezar e reflectir sobre o Líbano à luz da graça de Deus.”

Em Beirute, é grande a expetativa sobre esta cimeira. Muitos esperam que o encontro seja o primeiro passo para uma cimeira internacional sobre o Líbano com a participação da Santa Sé.

Entrevistado pelo jornal “L'Orient-Le Jour”, Fadi Daou, fundador da ONG Adyan dedicada ao diálogo inter-religioso, sublinha que “o ponto saliente vai ser o discurso do Papa no final do dia e sua reação às diferentes abordagens dos patriarcas presentes, uma vez que os líderes cristãos têm sido incapazes de encontrar uma linha comum e unitária”.

De acordo com estimativas da ONU, a taxa de pobreza em 2020 aumentou para 55%. A percentagem de libaneses em extrema pobreza aumentou de 8% para 23%.

Segundo o Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas, 41% da população tem dificuldade de acesso aos alimentos e às necessidades básicas. Dados do Banco Mundial referem também que o produto interno bruto deverá contrair 9,5% até o final de 2021.

A taxa de desemprego registrou um aumento significativo e a pobreza galopante atingiu também a classe média