Papa diz que “santidade dos pastorinhos não decorre das aparições, mas da fidelidade”
14-05-2017 - 11:24

Francisco recordou de forma particular os longos minutos de oração em silêncio na Capelinha das Aparições, quando chegou a Fátima.


O Papa Francisco falou longamente da sua viagem a Fátima, este domingo de manhã, em Roma, antes da tradicional oração do Regina Coeli, sublinhando que a santidade dos pastorinhos não se deve ao facto de terem visto Nossa Senhora, mas sim da forma como viveram o resto das suas curtas vidas.

“Com a canonização de Francisco e Jacinta quis propor a toda a Igreja - e quis também propor a toda a igreja cuidar das crianças – o seu exemplo de adesão a Cristo e testemunho evangélico. A sua santidade não é consequência das aparições, mas da fidelidade e do ardor com que corresponderam ao privilégio recebido de poder ver a Virgem Maria.”

O Papa diz que na sua peregrinação mergulhou “na oração do santo povo fiel oração que corre há cem anos como um rio para implorar a protecção materna de Maria sobre o mundo inteiro. Dou graças ao Senhor que me concedeu ir até aos pés da Virgem Mãe como peregrino da esperança e da paz.”

Francisco recordou também o momento de oração em silêncio na Capelinha das Aparições, vários minutos em que todo o recinto do santuário esteve mergulhado em silêncio profundo. “Desde o início, quando permaneci longamente em silêncio na Capelinha das Aparições, acompanhado do silêncio orante de todos os peregrinos, criou-se um clima de recolhimento e contemplação, no qual se concentraram vários momentos de oração. E no centro de tudo estava e está o Senhor Ressuscitado, presente no meio do seu Povo na Palavra e na Eucaristia. Presente no meio de tantos doentes, que são protagonistas da vida litúrgica e pastoral de Fátima, tal como em todos os santuários marianos.”

Os pastorinhos, disse o Papa, são um exemplo actual para os nossos dias. “Após o encontro com ‘a bela senhora’ – como lhe chamavam – eles recitavam frequentemente o terço, faziam penitência e ofereciam sacrifícios para alcançar o fim da guerra e pelas almas mais necessitadas da divina misericórdia. Também nos nossos dias há tanta necessidade de oração e penitência para implorar a graça da conversão, tal como o fim dos conflitos absurdos e das violências que aumentam cada vez mais e que desfiguram o rosto da humanidade.”

Depois da oração do Angelus o Papa voltou a falar do papel de Nossa Senhora para garantir a paz no mundo, confiando-lhe sobretudo o fim dos conflitos no Médio Oriente. “Confio a Maria, Rainha da Paz, o destino das populações afligidas pelas guerras e conflitos, em particular no Médio Oriente. Tantas pessoas inocentes são duramente postas à prova, sejam cristãos sejam muçulmanos, seja pertencentes a minorias como os yazidi, que padecem trágicas violências e discriminações. À minha solidariedade é junto a oração enquanto agradeço todos os que se empenham no socorro das necessidades humanitárias. Encorajo as diversas comunidades a percorrer o caminho do diálogo e da reconciliação para construir um futuro de respeito, segurança e paz, sem qualquer tipo de guerra.”

Francisco esteve menos de 24 horas em Fátima, tendo rezado com centenas de milhares de pessoas em Fátima para assinalar o centenário das aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria e canonizar os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.


A Renascença acompanha a viagem do Papa Francisco. Apoio Santa Casa da Misericórdia de Lisboa