Óscares. "CODA” eleito o melhor filme
28-03-2022 - 05:20
 • Renascença com Lusa

A Academia de Hollywood quebrou a tradição e distinguiu uma produção para uma plataforma de streaming. "Coda" arrecada três estatuetas, ao todo.

A noite foi de Óscares e a edição número 94 distinguiu "CODA" como o Melhor Filme. É a primeira vez que uma plataforma de streaming vence o mais importante prémio da Academia de Hollywood.

“CODA - No Ritmo do Coração” arrecadou ainda outras duas estatuetas: Melhor Ator Secundário, para Troy Kotsur, e ainda Melhor Argumento Adaptado.

O discurso da vitória em linguagem gestual de Troy Kotsur, o segundo ator surdo a ganhar uma estatueta dourada, foi um dos momentos da noite dos Óscares.

O filme com argumento e realização de Siân Heder, é protagonizado por Emilia Jones, Marlee Matlin, Daniel Durant e Troy Kotsur e conta a história de uma família de surdos em que a adolescente Ruby é o único membro que consegue ouvir.

O filme "O Poder do Cão", que estava nomeado para 12 categorias, foi o grande derrotado da noite e leva apenas um Óscar: o de Melhor Realização para Jane Campion.

Campion, que não parou de sorrir na sala de entrevistas, disse que quando venceu o Óscar de Melhor Argumento Original por "O Piano", em 1994, a experiência foi muito diferente. "Isto é como um verdadeiro retorno e é bonito sentir que podemos fazer isso, que é possível continuar a evoluir como realizadora e ficar mais forte", explicou.

O filme de Denis Villeneuve, "Duna", foi um dos grandes vencedores da noite dos Óscares, levando para casa seis estatuetas em categorias técnicas que distinguiram desde o som à banda sonora, edição e efeitos visuais. "O objetivo era redefinir o som da ficção científica", disse o sonoplasta Mark Mangini, que venceu o Óscar de Melhor Som juntamente com Doug Hemphill, Mac Ruth, Theo Green e Ron Bartlett, nos bastidores da cerimónia.

O prémio de Melhor Ator foi atribuído a Will Smith pelo papel em "King Richard: Para Além do Jogo". Já o galardão de Melhor Atriz foi para Jessica Chastain, em "Os Olhos de Tammy Faye".

Os Óscares para Melhores Atores Secundários foram para Ariana DeBose, pelo desempenho em "West Side Story", e Troy Kotsur, pelo desempenho em "Coda".

"Drive my Car" ("Conduz o meu Carro"), do Japão, venceu o Óscar de Melhor Filme Internacional.

"Summer Of Soul", de Ahmir Khalib Thompson, conquistou o Óscar Melhor Documentário em longa-metragem.

Os óscares de Melhor Argumento Original e Melhor Argumento Adaptado foram, respetivamente, para Kenneth Branagh, por "Belfast", e Sian Heder, por "Coda".

Os vencedores contam também com "Encanto", de Jared Bush, Óscar de Melhor Longa-Metragem de Animação, e "The Windshield Wiper", como Melhor Curta-metragem de Animação.

O Óscar de Melhor Guarda Roupa foi entregue a Jenny Beavan, pelo filme "Cruella", batendo o luso-canadiano Luís Sequeira, nomeado nesta categoria pelo filme "Nightmare Alley - Beco das Almas Perdidas", do realizador mexicano Guillermo del Toro.

Os outros Óscares já entregues foram para "The Long Goodbye", Melhor Curta-Metragem, "The Queen of Basketball", Melhor Documentário em Curta-metragem, e "The Eyes of Tammy Faye", Melhor Caracterização.

A Academia de Cinema dos Estados Unidos decidiu, este ano, anunciar oito prémios antes da transmissão televisiva, com o objetivo de agilizar a cerimónia e melhorar as audiências.

Durante a cerimónia, foi cumprindo um minuto de silêncio de apoio ao povo ucraniano, com apelos à ajuda humanitária. Nesta edição, várias celebridades marcam presença envergando adereços com as cores da Ucrânia.