Detido no Algarve ex-padre irlandês suspeito de pornografia de menores
24-10-2019 - 13:26
 • Renascença

Na mesma operação, a PJ deteve também um luso-francês procurado por burla, fraude e abuso de confiança.

A Policia Judiciária (PJ) interceptou no Algarve um ex-padre irlandês que era procurado na Irlanda por pornografia de menores. A informação foi confirmada à Renascença por fonte da Judiciária.

De acordo com o comunicado da polícia de investigação criminal, o homem "já tinha cumprido pena por crimes semelhantes nos Estados Unidos". Ainda segundo a PJ, o criminoso tinha regressado à sua terra natal, onde voltou a cometer novo crime. "Deslocou-se depois para Portugal, zona do Algarve onde veio a ser agora localizado e detido", detalha.

Na mesma operação foi também localizado "um cidadão luso-francês condenado a 18 meses de prisão pela prática dos crimes de burla, fraude e abuso de confiança, praticados entre maio de 2010 e outubro de 2012".

Ao cidadão irlandês presente ao Tribunal da Relação competente, foi-lhe aplicada a medida de coação de prisão preventiva até ser entregue às autoridades irlandesas. A mesma medida de coação foi aplicada ao detido de nacionalidade luso-francesa.

A operação da Unidade de Informação de Investigação Criminal, visou dar cumprimento a mandados de detenção europeus e foi desencadeada na passada segunda feira, mas só agora foi tornada publica.

Oliver O'Grady tem um longo historial de crimes ligados ao abuso sexual de menores e pornografia infantil.

Em 1993 foi condenado a 14 anos de cadeia na Califórnia por abuso sexual de menores. Cumpriu cerca de metade da sua pena e depois foi deportado para a Irlanda em 2001, de onde se mudou para Amesterdão. Nesta altura já não era sacerdote no ativo, segundo o jornal irlandês "The Irish Times". Em Amesterdão trabalhou como voluntário numa paróquia católica e organizava festas infantis.

Em 2010 deixou um computador portátil num avião da Aer Lingus, no qual foram descobertas 280 mil imagens, mais de seis horas de vídeos e quinhentas páginas de discussão sobre pornografia infantil. Foi condenado então a três anos de cadeia.

Em 2006 Grady foi alvo de um documentário chamado "Deliver us From Evil", ou "Livrai-nos do Mal", em português, sobre os seus abusos e a forma como a Igreja lidou com a situação.


[Notícia atualizada às 14h26]