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Começou a segunda volta da fase de grupos do Mundial 2022 e, com isso, chegou a eliminação do anfitrião. O Qatar perdeu com o Senegal e, com o empate entre Países Baixos e Equador, ficou sem hipóteses matemáticas de chegar aos oitavos de final. Continua tudo em aberto no grupo B, em que o Irão, de Carlos Queiroz, derrotou o País de Gales e a Inglaterra e os EUA anularam-se.
Esta sexta-feira no Qatar foi, também, mais um dia de proibição de tudo o que tenha a ver com arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+, incluindo relógios. No entanto, houve uma bandeira que conseguiu passar despercebida.
No duelo entre duas equipas que tinham perdido na estreia, o Senegal saiu por cima. O Qatar ficou a um passo da eliminação e, poucas horas depois, Países Baixos e Equador confirmaram. É a segunda vez da história que o anfitrião cai na fase de grupos - a primeira foi em 2010, quando a África do Sul também falhou o apuramento para os oitavos de final.
Num jogo em que os Países Baixos fizeram apenas um remate à baliza, o Equador ainda chegou a ter um golo anulado, mas teve prémio na segunda parte, por intermédio do inevitável Enner Valencia. O capitão e marcador dos três golos dos equatorianos no Mundial está, no entanto, em risco de falhar a última jornada, pois lesionou-se e teve de ser retirado do relvado de maca.
Neerlandeses e equatorianos chegam à derradeira ronda com quatro pontos, cada, contra três do Senegal. O Qatar está em último, sem pontos.
Ao segundo jogo, caíram os cinco defesas e levantou-se o Irão. A equipa de Carlos Queiroz chegou a ter um golo anulado na primeira parte, porém, apesar da superioridade em todo o jogo, só nos descontos conseguiu derrubar o País de Gales, de Gareth Bale. Foi já contra dez, depois da expulsão do guarda-redes galês, Wayne Hennessey, por uma entrada violenta sobre Mehdi Taremi, do FC Porto.
No final, Carlos Queiroz não escondeu a emoção e os jogadores demonstraram todo o carinho que sentem pelo treinador português, que tem procurado resguardá-los de um contexto exigente em seu redor, devido à turbulência que se vive no Irão. Os atletas iranianos têm-se manifestado contra o regime, na defesa dos direitos das mulheres naquele país, com risco para as suas famílias.
Queiroz foi abraçado por todos e lançado ao ar, num festejo sem filtro dos atletas. É apenas a terceira vitória dos iranianos em Campeonatos do Mundo, todas conquistadas com o português como selecionador.
O Irão sonha com a passagem, também devido ao resultado entre Inglaterra e EUA. Os americanos não venceram, ao contrário do que sucedeu nos campos de batalha no século XVIII, quando se fizeram independentes, mas conseguiram impor um empate inesperado aos ingleses, que tinham goleado na primeira jornada.
Aliás, os EUA continuam sem perder diante da Inglaterra em Mundiais.
Nas bancadas, passou despercebida, às autoridades do Qatar (onde a homossexualidade é crime), tão obcecadas com arco-íris, uma bandeira do orgulho bissexual. A bandeira entrou, ao contrário do "smartwatch" de um operador de câmara da BBC. Prenda do filho, segundo a colega que contou a história, o relógio tem uma pulseira com as cores da bandeira LGBTQ+. Não entrou no estádio.
Se não tem paciência para jogar "Onde Está o Wally?" e não consegue encontrar a bandeira, damos-lhe uma pista: é rosa, roxa e azul, e envergada por uma adepta.