Guerra na Ucrânia. Rússia rejeita necessidade mediadores nesta fase
26-04-2022 - 15:45
 • Lusa

Após encontro com António Guterres, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que Moscovo ainda aguarda a resposta de Kiev à proposta de acordo que apresentou "há 10 ou 12 dias".

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, rejeitou hoje a necessidade de mediadores internacionais, nesta fase, nas negociações com a Ucrânia, após um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Falar de mediadores na fase atual, na minha opinião, é prematuro", disse Lavrov numa conferência de imprensa conjunta.

O ministro russo sublinhou que a própria delegação ucraniana nunca levantou essa possibilidade desde que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ofereceu a Moscovo a abertura de negociações.

Quanto a chegar a um acordo na mesa das negociações, disse: "Sim, estamos a favor (...), se alguém tiver ideias interessantes, estaremos dispostos a ouvi-lo".

"Mas olhando a forma como a delegação ucraniana se comportou nas negociações, como o Presidente Zelensky se comportou... Claro que é frustrante. Aparentemente, as negociações não lhes interessam particularmente", acrescentou.

O chefe da diplomacia russa lembrou que Moscovo ainda aguarda a resposta de Kiev à proposta de acordo que apresentou "há 10 ou 12 dias" e acusou o Ocidente de perseguir a linha de "encher a Ucrânia de enormes quantidades" de armamento.

"Se isto continuar, é claro, as negociações dificilmente obterão resultados", advertiu.

O secretário-geral das Nações Unidas vai ainda hoje reunir-se, em Moscovo, com o Presidente russo, Vladimir Putin, e será recebido, na quinta-feira, em Kiev, pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, ainda de acordo com a organização.