Aluna com ferimentos graves após ser esfaqueada em escola de Azambuja já teve alta
19-09-2024 - 14:28
 • Lusa

Dois dos seis alunos que foram esfaqueados regressaram esta quinta-feira às aulas, segundo o presidente da câmara, que diz que o ambiente "está sereno e calmo".

A aluna de 12 anos que ficou com ferimentos graves, após ter sido esfaqueada por um colega numa escola de Azambuja, teve alta clínica esta quinta-feira, segundo fonte do Hospital de Santa Maria, citada pela agência Lusa. A criança encontrava-se internada desde terça-feira no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, mantendo um quadro clínico "estável".

Na terça-feira à tarde, um aluno da Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja, no distrito de Lisboa, esfaqueou seis colegas com idades entre os 11 e os 14 anos, tendo um deles, uma menina, ficado em estado grave. Na sequência deste incidente, quatro crianças (três meninas e um rapaz) foram encaminhadas para o Hospital de Vila Franca de Xira, enquanto a criança com ferimentos mais graves foi transportada para o Hospital de Santa Maria.

Entretanto, fonte da Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo disse à Lusa que uma das duas crianças que permaneciam ainda internadas no Hospital de Vila Franca de Xira também vai ter alta esta quinta-feira. Segundo a mesma fonte, prevê-se que a outra criança possa ter alta na sexta-feira.

Após o crime, o aluno, "detido em flagrante", foi mantido numa sala de aula e ficou à guarda de elementos da GNR até ser interrogado pela Polícia Judiciária, que também realizou perícias no local. Após o interrogatório, o aluno foi levado para um hospital "para avaliação psicológica", encontrando-se suspenso preventivamente da escola, segundo indicou na quarta-feira o Ministério da Educação à Renascença. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também abriu um inquérito tutelar educativo ao aluno, que corre termos no Ministério Público de Vila Franca de Xira.

Apesar de ter sido detido (como referiram também à Lusa outras fontes conhecedoras do processo), o menor não responde criminalmente, por ter menos de 16 anos. A lei portuguesa prevê que possa ser aberto um inquérito tutelar educativo quando estão em causa factos qualificados como crime e praticados por menores entre os 12 e os 16 anos.

Dois alunos regressam às aulas

Dois dos seis alunos que foram esfaqueados regressaram esta quinta-feira às aulas, disse o presidente da câmara, sublinhando que o ambiente no estabelecimento escolar "está sereno e calmo". Um dia após este incidente, na quarta-feira, a escola reabriu, mas 130 estudantes não compareceram às aulas, um cenário que já não se verificou com essa dimensão na quinta-feira, segundo indicou o autarca de Azambuja, citado pela Lusa.

"Duas crianças que tinham sido afetadas já voltaram à escola, o que é de salientar", referiu o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Silvino Lúcio (PS), referindo-se a duas alunas que estiveram internadas no Hospital de Vila Franca de Xira. "O ambiente está sereno e calmo. Ontem [quarta-feira] tivemos uma quebra de 130 alunos. Hoje esse número baixou para 34 alunos em falta. Alguns já faltavam com alguma reincidência", apontou.

Silvino Lúcio referiu que a Câmara de Azambuja enviou na quarta-feira uma mensagem para todos os encarregados de educação daquele estabelecimento escolar, para "inspirar confiança na escola". E acrescentou: "Com certeza que os pais refletiram e deixaram os seus filhos ir para a escola, o que foi muito bom."

O autarca disse ainda que já tentou contactar os encarregados de educação do aluno, de 12 anos, que provocou os ferimentos nos colegas, mas que até ao momento "não teve sucesso".

"Vou tentar falar novamente com a mãe, que é o único contacto que tenho, também para lhe dar uma palavra de conforto e de apoio, que também devem precisar, com certeza", apontou.