Cardeal patriarca pede “honestidade” aos jornalistas na abertura do ano judicial
16-01-2019 - 00:13
 • Renascença

Aos consumidores de notícias “requer-se sentido crítico e cuidado, muito cuidado, na aceitação do que nos é dado como certo e tantas vezes o não é, e vai eliminando reputações pelo caminho”, sublinha D. Manuel Clemente.

O cardeal patriarca de Lisboa pede honestidade aos jornalistas para que se evitem julgamentos precipitados, na praça pública, através da comunicação social. D. Manuel Clemente falava esta terça-feira na homilia da missa de abertura do ano judicial.

A comunicação é um “grande bem”, mas “depende do sentido de Justiça que realmente se tenha, quer da parte de quem informa, quer da parte de quem recebe a informação”, defende o cardeal patriarca de Lisboa.

Aos jornalistas pede honestidade, que não deturpem facto, que não julguem a priori, “não recolhendo fraudulentamente os dados, nem os manipulando depois”.

Aos consumidores de notícias “requer-se sentido crítico e cuidado, muito cuidado, na aceitação do que nos é dado como certo e tantas vezes o não é, e vai eliminando reputações pelo caminho”, sublinha.

Uma informação “honesta”, que “observe absolutamente as leis morais, os direitos e a dignidade do homem” é um “ponto determinante da sociedade” e na Justiça que a rege.

“Nada se constrói tendo por base a desconfiança geral, fruto duma comunicação negativa, segundo o famigerado lema ‘boa notícia não é notícia’”, refere o cardeal patriarca.

“Para dar a cada um o que lhe é devido, a Justiça como virtude básica e como prática judicial tem de incidir particularmente na qualidade da comunicação, de que afinal todos somos agentes, ativos ou passivos. Para que em tudo se respeite a todos e ninguém saia lesado. Mesmo quando for preciso denunciar o mal – e infelizmente não faltam ocasiões para isso – tenhamos em conta que se trata de pessoas, que nunca perdem a dignidade essencial que as qualifica”, apela D. Manuel Clemente.