Bombeiros cortam comunicação com Proteção Civil. Sem acordo “muitas coisas complicadas vão acontecer”
08-12-2018 - 22:40
 • Ricardo Vieira

Em declarações à Renascença, Jaime ​Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros, afirma que os operacionais "não podem continuar a ser desrespeitados, humilhados e achincalhados”

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses acusa o Governo de “humilhar” os soldados da paz. Jaime Marta Soares avisa que “muitas coisas complicadas vão acontecer no país” sem um acordo com os bombeiros.

Em declarações à Renascença, Marta Soares explica que as comunicações com a estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) “vão ser cortadas” às 00h00 deste domingo, mas “o socorro à população não fica em causa”.

“Vamos até às últimas consequências. Não estaremos em nenhuma cerimónia em que estejam os membros do Governo e vamos ver onde isto vai chegar, mas se alguma coisa acontecer que ponha em causa e crie mal-estar entre as populações, o único responsável é o Governo e o sr. primeiro-ministro”, sublinha.

Os bombeiros não aceitam os diplomas sobre as estruturas de comando aprovados pelo Governo e admite radicalizar posições.

“Não podemos continuar a ser desrespeitados, humilhados e achincalhados”, afirma Marta Soares.

“No dia 2 de fevereiro, vamos realizar um congresso em Aveiro, se os problemas não estiverem resolvidos, muitas coisas complicadas vão acontecer neste país porque nós vamos radicalizar posições e o Governo há de mostrar aos portugueses como vai resolver, por exemplo, a questão dos fogos florestais”, avisa o presidente da Liga dos Bombeiros.

A Liga já comunicou a decisão de sair da estrutura da ANPC ao Presidente da República e vai pedir uma audiência a Marcelo Rebelo de Sousa.

Nestas declarações à Renascença, Marta Soares exige um comando autónomo da ANPC, uma “direção nacional de bombeiros”, “incentivos ao voluntariado” e os bombeiros ficaram foram da “intermunicipalização”.

“Não queremos ser problema, queremos ser solução. O Governo que assuma as suas responsabilidades, sabe onde nós estamos, estamos disponíveis para negociar. Quando quiser que diga”, remata o presidente da Liga dos Bombeiros.