​Novo medicamento para a Covid-19 é uma “arma importante”
05-11-2021 - 11:30
 • Carla Fino , Cristina Nascimento

O Molnupiravir reduz para metade, o risco de morte e de internamento dos infetados, destinando-se a todas as pessoas que desenvolvam a doença, tenham ou não sido vacinadas.

O especialista português Hélder Mota Filipe, perito da Agência Europeia do Medicamento (EMA), afirma que o novo antiviral para tratar a Covid-19 é “uma arma importante”, no combate à doença.

“Ter um medicamento que parece mostrar eficácia significativa ainda por cima com administração oral, torna-se uma arma importante, se o perfil positivo do medicamento se vier a confirmar”, diz à Renascença.

A Agência Europeia do Medicamento anunciou a disponibilidade ao uso de urgência deste fármaco, em forma de cápsula e que pode vir a ser tomado fora dos hospitais em doentes com mais de 18 anos.

De acordo com o regulador europeu do medicamento, o Molnupiravir mostrou-se eficaz, reduzindo para metade, o risco de morte e de internamento dos infetados.

Hélder Mota Filipe refere que, a confirmar-se os primeiros dados, há duas razões que tornam este fármaco importante.

“Precisamos de medicamentos com eficácia significativa no tratamento da doença. Temos vacinas bastante eficazes, mas quando a doença se desenvolve, passamos a ter um problema porque não temos medicamentos com eficácia significativa e este parece ter uma eficácia significativa. E tem outra vantagem que é ser por via oral.”

Medicamento é um complemento da vacina

Nesta entrevista, este especialista explica ainda que o medicamento “não substitui de maneira nenhuma a vacina”.

A vacina é para prevenção da doença. Nas pessoas que apesar da vacina estar disponível não a tomam ou nalguma percentagem mesmo as pessoas vacinadas podem desenvolver a doença, precisamos de ter medicamentos para tratamento da doença”, reforça.

Já o pneumologista Filipe Froes, em declarações ao jornal “Nascer do Sol” refere que “a mais-valia é ser um medicamento que reduz a carga viral e reduz em 50% a gravidade da doença. Ao fim de dois, três dias, a pessoa já não é transmissora, o que diminui a capacidade de circulação do vírus.”

Questionado sobre quando é que este medicamento estará disponível no mercado, Hélder Mota Filipe diz que, “tendo em consideração os dados conhecidos, não seria de espantar ter o medicamento aprovado nos próximos meses.”

Além do Molnupiravir, desenvolvido pela farmacêutica Merck & Co, também a Pfizer anuncia resultados positivos de um medicamento para a Covid-19.

Segundo a Agência Reuters, os ensaios feitos com este medicamento apontam para uma redução em 89% de risco de hospitalização e morte.

Na quinta-feira, o Reino Unido tornou-se o primeiro país do mundo a emitir uma autorização de uso condicional de um comprimido antiviral contra a Covid-19, no caso o Molnupiravir.