Marcelo lembra “erros de orgânica”, “inação” e até “descolagem da realidade” ao Governo
01-01-2023 - 20:09
 • Fábio Monteiro

Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo a tomar nota dos problemas do Governo de António Costa. E, na mensagem de Ano Novo, fez questão de os evocar. Para o Presidente da República, o ano que acaba de arrancar “pode vir ser” determinante dos próximos dois ciclos políticos: as legislativas de 2026 e até 2030.

Para Portugal, 2023 “pode vir a ser o ano mais importante até 2026, senão mesmo até 2030”, disse, este domingo, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, na habitual mensagem de Ano Novo. Ou seja, pode determinar as duas próximas legislaturas.

O peso de tal futuro está nos ombros do Governo e, em particular, de António Costa. Na mensagem, Marcelo sublinhou que está ao “alcance” do país, por comparação com outras nações europeias, tirar proveito da “estabilidade política, ademais com um Governo de um só partido com maioria absoluta”.

Por isso mesmo, exigiu “responsabilidade absoluta” ao Executivo.

Marcelo fez questão também de frisar que a estabilidade, assim como a maioria conquistada, pode ser esvaziada ou enfraquecida, “por erros de orgânica, ou por descoordenação, ou por fragmentação interna, ou por inação, ou por falta de transparência, ou por descolagem da realidade”.

Por outras palavras: o Chefe de Estado mostra que tem vindo a tomar nota dos problemas na liderança do país.

Num tempo de “guerra e instabilidade noutras paragens”, segundo o Presidente da República, Portugal está numa posição privilegiada “de paz e de segurança, para atrairmos turismo, investimento externo e localização de recursos humanos qualificados”.

Os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vão desempenhar um papel importante na viragem. “Está ao nosso alcance, tirarmos proveito de fundos europeus que são irrepetíveis e de prazo bem determinado”, disse.

“2023 é decisivo, assim, porque se o perdermos, em intervenção internacional, em atuação europeia, em estabilidade que produza resultados e que seja eficaz, em oportunidade de atração de pessoas e meios, em uso criterioso e a tempo de fundos europeus, de nada servirá a consolação de nos convencermos de que ainda temos 2024, 2025 e 2026 pela frente”, afirmou ainda.

O ano de 2023 será, portanto, um período para o Governo de António Costa dar provas e mostrar trabalho. “Um 2023 perdido compromete, irreversivelmente, os anos seguintes. Até porque será o único ano, até 2026, sem eleições nacionais ou de efeitos nacionais”, lembrou.

Em 2024, há eleições regionais na Madeira. Em 2025, há ida às urnas para o Parlamento Europeu.