Champions. Marcelo diz que "não é possível" garantir "bolha" e depois não haver
29-05-2021 - 17:33
 • Renascença com Lusa

Presidente da República pede coerência na informação passada ao público: "Não se pode dizer que temos de obedecer às regras, fixa-se um limite e depois o limite já não é esse, é outro." Enchente inglesa no Porto é "uma lição para o futuro".

O Presidente da República pediu coerência, este sábado, referindo-se à presença de adeptos ingleses em Portugal para a final da Liga dos Campeões, e defendeu que "não é possível dizer que vêm em bolha" e isso não acontecer.

Durante uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa falava da pandemia e referiu a presença de adeptos ingleses para assistir à final da Liga dos Campeões, no Porto, sublinhando a necessidade de "um discurso que as pessoas percebam".

"Não se pode dizer que temos de obedecer às regras, fixa-se um limite e depois o limite já não é esse, é outro", afirmou, salientando também que "não é possível dizer que [os adeptos] vêm em bolha para assistir a um espetáculo desportivo e depois não vêm em bolha, não é possível".

Marcelo sublinhou que "ou há um discurso ou há outro", pelo que "tem de haver um discurso" apenas: "O discurso a fazer perante uma situação tem de bater certo com a realidade."

"Porque se, de repente, há coisas que não batem certo com a realidade, há uma perturbação e há uma crítica das pessoas", alertou o Presidente.

Questionado se este foi "um ato falhado", Marcelo Rebelo de Sousa disse não saber se o é, mas apontou que "houve circunstâncias que não correram aparentemente como aquilo que tinha sido dito que iria correr".

"Não nos devemos agarrar ao ato em sim mesmo, devemos agarrar é à dificuldade de ir fazendo este processo de uma maneira que seja compreensível e aceitável para os portugueses", defendeu, considerando que "acontece" e constitui "uma lição para o futuro".