“Envelhecer não é uma condenação, mas uma bênção!”
10-05-2022 - 11:00
 • Ângela Roque

Mensagem do Papa para o Dia dos Avós e dos Idosos desafia os mais velhos a serem “protagonistas”, porque a velhice não é “uma doença” nem um “tempo inútil” de que tenha de se ter medo ou que os faça “descartáveis”.

“Envelhecer não é apenas a deterioração natural do corpo ou a passagem inevitável do tempo, mas também o dom duma vida longa. Envelhecer não é uma condenação, mas uma bênção!”, refere a mensagem do Papa para o próximo Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que este ano se assinala a 24 de julho.

No texto, divulgado esta terça-feira pelo Vaticano, Francisco reconhece que muitos receiam envelhecer, porque não foram preparados para chegar a essa etapa da vida. “O fim da atividade laboral e os filhos já autónomos fazem esmorecer os motivos pelos quais gastamos muitas das nossas energias”, lembra o Papa, sublinhando que a velhice não é “uma doença” nem um “tempo inútil” de que tenha de se ter medo ou que os faça “descartáveis”.

Francisco pede, por isso, aos idosos que não se resignem, e aprendam a “viver uma velhice ativa, inclusive do ponto de vista espiritual”, e que a par da relação com Deus, cultivem “as relações” com os outros, “antes de mais nada, com a família, os filhos, os netos”.

Desafia, ainda, os mais velhos a não serem “meros espetadores no teatro do mundo” porque têm uma “nova missão”: serem os principais “protagonistas” da “revolução da ternura” de que o mundo precisa.

“O mundo vive um período de dura provação, marcado primeiro pela tempestade inesperada e furiosa da pandemia, depois por uma guerra que fere a paz e o desenvolvimento à escala mundial. Não é por acaso que a guerra tenha voltado à Europa no momento em que está a desaparecer a geração que a viveu no século passado”, afirma o Papa, alertando para o risco destas “grandes crises” nos fazerem ficar “insensíveis” às “outras ‘epidemias’ e outras formas generalizadas de violência que ameaçam a família humana e a nossa casa comum”.

“Temos necessidade duma mudança profunda, duma conversão, que desmilitarize os corações, permitindo a cada um reconhecer no outro um irmão. E nós, avós e idosos, temos uma grande responsabilidade: ensinar às mulheres e aos homens do nosso tempo a contemplar os outros com o mesmo olhar compreensivo e terno que temos para com os nossos netos”, lê-se ainda na mensagem.

‘Dão fruto mesmo na velhice’ foi este ano o tema escolhido para o II Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que a Igreja vai assinalar no próximo dia 24 de julho.

Foi em 2021 que o Papa Francisco instituiu esta celebração no quarto domingo de julho, junto à festa de São Joaquim e Santa Ana (os avós de Jesus), que se assinala a 26 de julho.