A aeronave acidentada em Mondim de Basto deveria ter sido substituída num prazo de 24 horas, de acordo com o contrato com a empresa Avincis para o serviço de helicópteros de assistência, mas até ao momento tal ainda "não ocorreu".
"O contrato de locação de meios aéreos e aquisição de serviços de operação, gestão da aeronavegabilidade permanente e manutenção das aeronaves, estabelecido com o operador Avincis, prevê que a aeronave seja substituída num prazo de 24 horas. Até ao momento, esta substituição ainda não ocorreu", refere o comunicado do INEM enviado à Renascença.
Na nota, refere que está em contacto com o operador para repor o serviço de emergência “com a maior brevidade”.
O dispositivo de emergência médica contratualizado entre o INEM e a Avincis é constituído por dois helicópteros a operar em turnos de 24 horas - desde as bases de Macedo de Cavaleiros e Loulé - e outros dois helicópteros que prestam assistência apenas em turnos de 12 horas, que estão sediados nas bases de Viseu e Évora. Depois deste acidente, o socorro com recurso a helicópteros fica reduzido apenas a uma aeronave em regime permanente (24 horas) e na região sul do país (Loulé).
"Não sendo possível a substituição da aeronave no imediato, o INEM solicitou ao operador que pudesse assegurar a colocação de equipas de pilotos em Viseu, por forma a operacionalizar o funcionamento daquele helicóptero no período noturno, encontrando-se a aguardar resposta", lê-se no comunicado.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Nacional Técnica de Emergência Médica, Paulo Paço, apela a que seja apurado o motivo pelo qual a Avincis não é capaz de substituir a aeronave e critica o facto de haver "apenas uma aeronave disponível para substituição" em eventuais situações de inoperacionalidades.
"A Avincis, aparentemente, não é capaz de substituir esta aeronave em tempo útil, importa saber o porquê. Temos conhecimento que a potencial aeronave de substituição está neste momento em servir de manutenção. Agora, como é óbvio, num serviço tão vital como este, parece-nos escasso haver apenas uma aeronave disponível para substituição de eventuais inoperacionalidades das aeronaves em atuação", refere.
Paulo Paço destaca ainda a importância de saber se essa aeronave tem capacidades técnicas para para operar 24 horas por dia.
"Segundo a Avincis, apenas teria capacidade de operar duas aeronaves 24 horas por dia por falta de pilotos. Importa realmente saber se a aeronave estacionada em Viseu é ou não capaz de operar 24 horas por dia e se é porque é que já não o faz atualmente", questiona.
A empresa Avincis confirmou que o helicóptero de reserva previsto no contrato com o INEM está a ser alvo de uma manutenção programada e, por isso, não houve a substituição no prazo de 24 horas.
"A aeronave de reserva do mesmo modelo, AW139, encontra-se em manutenção programada. Estamos a procurar concluir esses trabalhos tão rápido quanto seja possível, tendo em conta que a segurança é a nossa principal prioridade. Permanece, contudo, em operação um outro helicóptero AW139, além de dois AW109", disse à Lusa fonte oficial da operadora para o serviço de helicópteros de assistência.
A Lusa refere ainda que até ao momento, contudo, não foi possível obter esclarecimentos da Avincis sobre o pedido do INEM para assegurar o reforço das equipas de pilotos na base de Viseu, de forma a permitir operar o helicóptero de emergência ali sediado durante 24 horas e não apenas no turno diurno de 12 horas.
A bordo seguiam quatro tripulantes - piloto, copiloto, médico e enfermeiro -, que, segundo informações prestadas após o acidente pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), foram transportados para o Hospital de Vila Real por precaução e já tiveram alta hospitalar.
O dispositivo de emergência médica contratualizado entre o INEM e a Avincis é constituído por dois helicópteros a operar em turnos de 24 horas - desde as bases de Macedo de Cavaleiros e Loulé - e outros dois helicópteros em turnos de 12 horas, sediados nas bases de Viseu e Évora. Com este acidente, o socorro através de helicópteros fica reduzido a três aeronaves e apenas uma em regime permanente, somente na região sul do país.
[Notícia atualizada às 20h50]