Ministra quer médicos "mais resilientes" no SNS. "Imperdoável ofensa", responde sindicato
24-11-2021 - 23:27
 • Renascença

Comentando a situação particular do Centro Hospitalar de Setúbal, Marta Temido referiu, no Parlamento, que a resiliência dos médicos deve ser tida em conta na seleção de profissionais. Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos assegura que os médicos não esquecem o que classificou como uma "imperdoável ofensa".

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“É bom que todos nós, como sociedade, pensemos nas expectativas e na seleção destes profissionais. Porque, porventura, outros aspetos como a resiliência são aspetos tão importantes como a sua competência técnica”, sublinhou Marta Temido, falando da situação no Centro Hospitalar de Setúbal onde 87 médicos com funções de responsabilidade se demitiram, invocando falta de condições.

Na resposta, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) acusa a ministra de ter proferido uma “imperdoável ofensa” que os médicos “não mais perdoarão e esquecerão”.

O comunicado do SIM acrescenta que, “mesmo confortados pelos milhões de palmas que têm recebido da população portuguesa nesta pandemia, os médicos portugueses não querem fazer horas extraordinárias obrigatórias", querem, sim, "ter uma remuneração base digna e condizente com a sua responsabilidade, com a sua diferenciação, com a penosidade do seu trabalho... que os compense da dedicação e entrega quantas vezes em prejuízo da sua vida pessoal e familiar".

A terminar, a nota refere que “o Sindicato Independente dos Médicos enquanto instituição, e os seus dirigentes, são bem educados. Algo que não se poderá dizer da Dr.ª Marta Fartura Temido".