Novo Governo: a medida da incerteza
20-10-2019 - 14:26
 • José Bastos

Carvalho da Silva, Nuno Botelho e Luís Aguiar-Conraria analisam a atualidade.

A promoção de Siza Vieira a “número dois” do Governo é o sinal da centralidade da economia na próxima legislatura?

Em geral, a frente empresarial mostrou-se agradada com a subida de Pedro Siza Vieira a ministro de Estado, e agora também da área da Transição Digital, justificando a satisfação com fatores que vão da moderação ideológica à proximidade com as empresas.

Como, em política, os atos não são isentos de significado, o líder das indústrias de mobiliário, Vítor Poças, exemplo citado pelo “Negócios”, diz que a promoção de Siza Vieira, renomado advogado de negócios, “é um bom sinal de que o Governo perceciona que só é possível garantir o Estado Social se houver empresas fortes”.

Mas, para além de Siza Vieira, que sinais surgem da constituição do maior Governo de sempre com 19 ministérios, 11 homens e oito mulheres? Um executivo com duas estreias Ana Abrunhosa (Coesão Territorial) e Ricardo Serrão Santos (Mar) e três promoções Alexandra Leitão (Modernização), Ana Mendes Godinho (Trabalho) e Maria do Céu Albuquerque (Agricultura)?

Os críticos sustentam tratar-se de um Governo pensado para gerir o dia-a-dia e sem ambição de produzir as reformas estruturais de que o país precisa para sair da estagnação económica registada desde o início do século XXI.

Será então um Governo de maior escala e graduação para tentar combater a insegurança e incerteza de uma legislatura ameaçada por fatores externos como a recessão na Alemanha ou o Brexit?

São perguntas para Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho, Manuel Carvalho da Silva, professor da Universidade de Coimbra e Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.