Costa quer responder a problemas imediatos e fazer reformas ao mesmo tempo
22-02-2021 - 07:00
 • Eunice Lourenço

O primeiro-ministro lança esta segunda-feira dois vídeos para promover o debate sobre o programa de recuperação e resiliência com enfoque nas reformas estruturais e nas três áreas em que quer que Portugal se torne mais forte.

O primeiro-ministro lança esta segunda-feira dois vídeos para promover o debate sobre o Plano de Recuperação e Resiliência.

“Responder à crise de hoje com os olhos postos num país de futuro” - é o que o Governo pretende com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que foi colocado em discussão pública na semana passada e que vai ser debatido nos próximos dias com parceiros sociais.

“Aquilo que queremos fazer com o programa de recuperação é responder aos desafios imediatos da reanimação económica e da criação de emprego, resolvendo simultaneamente problemas estruturais que se arrastam há anos no país”, afirma o primeiro-ministro num dos vídeos lançados nesta segunda-feira para promover o plano e o debate.

E o primeiro exemplo que dá é, precisamente, o da Saúde, onde promete “reforçar mesmo o SNS de proximidade, cuidados continuados, cuidados paliativos, saúde mental, meios de diagnóstico nos cuidados de saúde primários”.

Outro exemplo é o das qualificações, com a promessa de “investir muito seriamente na formação profissional, na qualificação e requalificação dos trabalhadores para melhorar as qualificações gerais do país”.

Num dos vídeos divulgados esta segunda-feira, o primeiro-ministro também salienta como o PPR pretende estimular o desenvolvimento do interior. “Por isso, a prioridade que demos a criar boas áreas de localização empresarial, dotá-las de bons acessos, abrir cinco novas ligações transfronteiriças com Espanha para aproximar o nosso interior do coração do mercado ibérico”, acrescenta António Costa.

No primeiro vídeo de promoção, o primeiro-ministro começa por salientar que o PRR não esgota as ajudas europeias dos próximos anos – pelo contrário, é um programa muito curto e direcionado, pelo é preciso “identificar bem os projetos que são exequíveis até 2026 e que, simultaneamente, possam ter o impacto imediato na reanimação da economia e do emprego, mas tenham também um potencial de reforma estrutural do país, resolvendo problemas estruturais com que convivemos um excesso de tempo”.

Ou seja, os quase 14 mil milhões do PRR devem dar resposta a problemas imediatos relacionados com a pandemia de Covid-19 e, ao mesmo tempo, fazer reformas estruturais.

Aliás, a questão das reformas será muito importante na avaliação que a Comissão Europeia fará dos planos propostos por cada Estado-membro. Daí também que o primeiro-ministro insista tanto na palavra nestes vídeos, em que salienta a importância do PRR para “aumentar a resiliência” de Portugal.

“No nosso caso, escolhemos três áreas para nos tornarmos mais fortes: enfrentar as principais vulnerabilidades sociais, aumentar o nosso potencial produtivo e reforçar a nossa coesão territorial”, enumera o primeiro-ministro.

Essas são as três grandes áreas pelas quais se distribuem as 36 reformas e 77 investimentos que estão agrupados no que o executivo chama de “componentes” e que são 19.