Do voto útil à "roleta russa”. Assim fechou a campanha na Catalunha
20-12-2017 - 00:38

Líder independentista Carles Puigdemont apelou ao voto útil, enquanto a candidata do partido Cidadãos pediu a confiança dos eleitores para manter a Catalunha e Espanha unidas.

A campanha eleitoral para as eleições na Catalunha terminou esta terça-feira, com os movimentos pró e anti-independência a fazerem os derradeiros apelos ao voto.

Numa intervenção em directo a partir de Bruxelas e retransmitida numa centena de ecrãs espalhados pela Catalunha, o líder independentista catalão Carles Puigdemont pediu o voto útil para voltar a recuperar o seu lugar de presidente da região.

"Se sou investido presidente entrarei no Palau da Generalitat [palácio do executivo catalão] acompanhado de todo o governo legítimo", assegurou Puigdemont numa intervenção que marcou o final da campanha oficial da lista "Juntos pela Catalunha" para as eleições regionais que vão ter lugar na quinta-feira.

A intervenção em directo, apresentada como um megacomício de encerramento da campanha da lista "Juntos pela Catalunha", foi transmitida para cerca de 100 espaços públicos na comunidade autónoma.

Na fila da frente do comício havia várias cadeiras vazias, com o nome de Puigdemont e outros candidatos que o acompanham no seu refúgio belga ou que estão presos preventivamente numa prisão dos arredores de Madrid por suspeitas de delitos de rebelião, sedição e peculato.

Inés Arrimadas, a candidata do partido Cidadãos, apelou ao “voto em massa” contra o independentismo e pediu para “ninguém ficar em casa” nas eleições de quinta-feira.

“Que ninguém jogue desta vez, não estamos para jogar à roleta russa”, declarou Inés Arrimadas, enquanto os seus apoiantes gritavam “presidenta, presidenta”.

O líder do Cidadãos, Albert Rivera, também marcou presença no discurso de encerramento, criticando aqueles que tentaram separar a Catalunha de Espanha.

O último dia de campanha do partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) ficou marcada pela ausência do líder Oriol Junqueras, que se encontra detido pelo seu envolvimento no referendo à independência realizado em Outubro.

Os dirigentes do partido visitaram Junqueras numa prisão de Madrid, debaixo de uma grande cobertura da comunicação social.

“Junqueras está detido porque é o melhor candidato a liderar a Catalunha do futuro”, declarou Raul Romeva.

As sondagens indicam que a ERC e o Cidadãos estão à frente na intenção de votos dos catalães, com cerca de 23 a 25% dos votos.

Mais atrás estão o Juntos pela Catalunha, de Carles Puigdemont, e o Partido Socialista Catalão (PSC), entre os 15 e os 20% dos votos.