Entre a Igreja greco-católica ucraniana há sentido "da legitimidade da defesa e da defesa armada"
13-03-2022 - 17:06
 • Henrique Cunha

Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz revela que este sentimento obriga a que se alerte “para outras questões” e Vaz Patto adianta que é preciso “chamar a atenção para o facto da legitimidade de uma guerra em que os danos que ela possa provocar não sejam superiores aos danos que ela quer evitar”.

O Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz alerta em declarações à Renascença para a necessidade de "não se ultrapassar a fronteira em que os danos que a guerra possa provocar não sejam superiores aos danos que ela quer evitar".

O responsável participou recentemente numa videoconferência da assembleia das comissões Justiça e Paz europeias, que contou com a participação de um professor da Universidade Católica da Ucrânia, e em declarações à Renascença revelou que o encontro ajudou a perceber o drama de quem está sob ameaça, mas também expôs alguns dos riscos de alastramento da guerra.

Vaz Patto diz que “por um lado, ajudou-nos a compreender o drama que vivem estas pessoas que estão a falar connosco durante um tempo, mas depois têm que se afastar porque tocaram as sirenes e têm que ir para os refúgios”, mas “também vemos como da parte destas pessoas - representantes da Igreja greco-católica ucraniana há muito o sentido da legitimidade da defesa, também defesa armada”.

O mesmo responsável revela que este sentimento obriga a que se alerte “para outras questões” e Vaz Patto adianta que é preciso “chamar a atenção para o facto da legitimidade de uma guerra em que os danos que ela possa provocar não sejam superiores aos danos que ela quer evitar”. “E aí há o perigo de alargar esta guerra a outros países. o inicio de uma terceira guerra mundial não é uma hipótese completamente afastada, nem o risco de serem utilizadas armas nucleares”, reforça.

Numa nota sobre a mensagem do Papa para a Quaresma, a Comissão Nacional Justiça e Paz denunciou “as vozes da destruição e da guerra" que atingem a Europa.

Pedro Vaz Patto lembra também "o dever de solidariedade humana de acolher" os refugiados.

No entender do responsável “não há dúvida nenhuma que é um dever de solidariedade humana e um dever cristão de acolher estas pessoas”, até porque “todos nós imaginamos o que sentiríamos se estivéssemos nessa situação”. “É uma obra de misericórdia, faz parte das exigências do Evangelho acolher estas pessoas e acolhê-las com dignidade”, remata