O bastonário da Ordem dos Médicos defende uma investigação até às últimas consequências no caso da alegada falsificação de resultados clínicos no Hospital de Cascais.
“Isto tem de ser investigado e corrigido imediatamente. E as pessoas têm de começar a ser responsáveis pelo que fazem. A ser confirmado aquilo que ontem foi passado na reportagem, não basta depois apontar recomendações e medidas corretivas. Isso é pouco”, afirma Miguel Guimarães à Renascença.
De acordo com uma reportagem emitida pela SIC, o Hospital de Cascais terá montado um esquema para falsear as avaliações na triagem de urgência para, dessa forma, não serem ultrapassados os tempos máximos de espera.
“Até me custa a acreditar nestas coisas”, admite o bastonário, que considera a situação de extrema gravidade.
No mesmo sentido vão as declarações do presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, que pede, para já, explicações ao hospital.
“É uma notícia surpreendente e merece uma avaliação cuidada por parte da administração do hospital, para explicar o que é que está a suceder e deixar que as autoridades, nomeadamente a Inspeção Geral de Atividades em Saúde e o Ministério da Saúde, façam auditorias”, defende em declarações à Renascença.
Na esperança de que as irregularidades não sejam praticadas noutros hospitais, Alexandre Lourenço lembra que as penalizações relativas aos tempos de espera “só existem ao nível das parcerias público-privadas, não ao nível dos hospitais-empresa ou hospitais do setor público administrativo - ou seja, com gestão direta do Estado”.
Contactada pela Renascença, fonte do Hospital de Cascais remete esclarecimentos para um comunicado que deverá ser divulgado ainda nesta terça-feira. A Renascença também pediu explicações ao Ministério da Saúde, que até ao momento não respondeu.