O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa garante que a democracia "está bem viva" mas apela à mudança e evolução do nosso sistema para que não fique ultrapassado pelos problemas.
"A democracia está viva. Não é perfeita nem acabada, é obra de todos os dias. A República e as democracias estão vivas, mas sabem que têm de mudar e muito", apelou.
As declarações do presidente da República foram feitas durante o discurso nas cerimónias do 5 de outubro, na Praça do Município, em Lisboa. O discurso foi mais curto do que tem sido habitual nesta ocasião.
Para essa mudança, Marcelo Rebelo de Sousa aponta o caminho: lutar contra a pobreza, contra as desigualdades, combate à corrupção, adaptar ao "envelhecimento coletivo".
O presidente da República reconhece que em relação a muitos desses problemas "não conseguimos alterar em 50 anos de abril", mas assinala que "viver com liberdade é muito melhor do que viver com repressão".
Em época de subida dos extremos-políticos em todo o mundo, Marcelo Rebelo de Sousa conclui: "A mais imperfeita democracia é muito melhor do que a mais tentadora ditadura".
No encerramento do discurso sintético, o presidente afirma que "vale a pena aqui virmos todos os anos" para celebrar a implantação da República para também "dizermos que queremos que a nossa República democrática seja mais livre, igual, justa e solidária".
O Chefe de Estado aproveitou a ocasião para assinalar que em Portugal, o sistema democrático tem resistido às mais diversas adversidades, tanto no panorama nacional como no contexto internacional.
Esta é a primeira vez na história que esta cerimónia se realiza em que o presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República e o presidente da Câmara de Lisboa são figuras do PSD.
Esta sexta-feira o presidente da República cancelou as viagens oficiais que tinha marcadas para a Estónia e Polónia justificando que queria estar em Portugal na semana de todas as decisões em relação ao Orçamento do Estado. Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que os "portugueses não iriam compreender" que o Chefe de Estado estivesse no estrangeiro numa altura tão crucial para o país.