Qual foi a fonte da TVI no Banif? Uma carta de Carlos Costa a Centeno
18-05-2016 - 18:54

O director de informação da TVI defendeu a polémica opção editorial da TVI.

O director de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, afirmou esta quarta-feira, no Parlamento, que a estação televisiva avançou com a notícia sobre a resolução do Banif, uma semana antes de a mesma acontecer, com base numa carta do governador do Banco de Portugal para o ministro das Finanças.

"Recebi contactos na minha redacção com fontes fundamentalmente documentais. Havia um prazo para fazer a venda ou a resolução", afirmou Sérgio Figueiredo durante a audição na comissão de inquérito ao Banif, assumindo a responsabilidade total pela sua publicação.

“Quando tenho a carta do governador para o ministro das Finanças no dia anterior considero que esse é um factor importante”, invocou Sérgio Figueiredo, afirmando que esta foi uma peça entre outras para dar a notícia.

"Ninguém imagina que uma notícia desta importância pudesse ser publicada sem passar pela direcção de informação. Isso transforma-me no primeiro e único responsável pela notícia que é libertada", acrescentou.

O director de informação da TVI disse aos deputados que nesse domingo, dia 13 de Dezembro de 2015, "estava em casa, mas em contacto permanente com a redacção" e que só não se deslocou pessoalmente à redacção por motivos pessoais.

Segundo o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, a notícia da TVI teve sete actualizações e foi dada com ligeireza. A notícia foi dada em rodapé e falava no encerramento do banco.

Sérgio Figueiredo justificou o uso da palavra "fecho" porque optar por “resolução" do banco não seria compreensível para o grande público. “Mas a verdade é que o banco fechou, independentemente da semântica que queiramos usar”, disse.

Ainda assim, a TVI alterou o rodapé e retirou a palavra “fecho”. “Mantém que a notícia não era falsa?”, perguntou Abreu Amorim. “Mantenho”, respondeu Sérgio Figueiredo.

Em 20 de Dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos, incluindo "tóxicos", para a nova sociedade-veículo.