“Autêntica hospitalidade" é a "maior segurança" contra o terrorismo, diz o Papa
17-09-2016 - 13:38

Francisco participou este sábado numa conferência sobre imigração e a crise dos refugiados, em Roma. “Encorajo-vos a dar as boas-vindas aos refugiados nas vossas casas e comunidades”.

Veja também:


O Papa considera que a "autêntica hospitalidade" é a "maior segurança contra os odiosos actos terroristas". Francisco diz que se vive "a mais grave crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial", mas sublinha que os"65 milhões de refugiados no mundo não são diferentes dos nossos familiares e amigos”.

“Têm o direito inalienável de viver em paz e de aspirar a um futuro melhor para os seus filhos", defendeu numa conferência sobre imigração e a crise dos refugiados, onde falou para membros das associações de ex-alunos e alunas dos Jesuítas.

Existe guerra em várias partes do mundo, disse o Papa, e "nunca se registou um número tão alto de pessoas que morreram a tentar atravessar o mar Mediterrâneo, que se converteu num cemitério, ou passam anos em campos de refugiados".

Aos ex-alunos da Companhia de Jesus, Francisco pediu ajuda para que também a Igreja seja capaz de responder à tragédia humana dos refugiados através de "actos de misericórdia que promovam a sua integração no contexto europeu".

"Encorajo-vos a dar as boas-vindas aos refugiados nas vossas casas e comunidades para que a sua primeira experiência na Europa não seja o trauma de dormir nas frias ruas, mas que tenham um acolhimento humano e quente", afirmou.

"Recordar que a autêntica hospitalidade é um profundo valor evangélico que alimenta o amor e que é a nossa maior segurança contra os odiosos actos de terrorismo", acrescentou.

Francisco manifestou-se ainda preocupado com o facto de "menos de 50% das crianças refugiadas terem acesso à educação primária”.

“O número cai para 22% entre os adolescentes refugiados com idade para a educação secundária e para menos de 1% no caso do acesso à universidade", adiantou, exortando por fim que cada um no seu país se empenhe em "transformar as suas comunidades em lugar de boas-vindas de todos os filhos de Deus para que tenham a oportunidade não só de sobreviver, mas de crescer, florescer e dar frutos".