O presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, disse esta quarta-feira sentir-se “muito satisfeito”, com a decisão anunciada pelo Ministério do Ambiente, de excluir a Serra D’Arga, no alto Minho do processo de exploração de Lítio.
“Para nós é o final do processo e um final feliz. Estou muito satisfeito. Estou muito contente. Tenho uma mistura de alegria com um sentimento de dever cumprido. E hoje é um grande dia para o alto Minho porque esta vitória, esta exclusão da prospeção e pesquisa de lítio na Serra D'Arga é uma vitória do alto Minho, é uma vitória do concelho de Caminha e é um triunfo da união das pessoas com os movimentos cívicos, com os autarcas”, afirmou, à Renascença, o autarca.
Para Miguel Alves, a decisão hoje anunciada, constitui “o triunfo da racionalidade, dos argumentos e do conhecimento científico”, pelos quais se regeu “a nossa posição em conhecimento cientifico, no estudo da flora, da fauna, na capacidade de convencer quem decide de que a valia da Serra D'Arga, é a valia da sua paisagem, da sua biodiversidade, da sua cultura e do seu património”.
Refira-se que a Avaliação Ambiental Estratégica, promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), concluiu que em seis dos oito locais analisados há condições para avançar a prospeção e pesquisa de lítio.
Num comunicado enviado às redações, o Ministério do Ambiente anunciou que ficam de fora do concurso, “as áreas ‘Arga’ e ‘Segura’, uma vez que a avaliação determinou que as restrições ambientais inibem a prospeção e consequente exploração”.
Na reação, o presidente do município de Caminha destacou a “credibilidade e a luta dos autarcas do alto Minho" envolvidos neste processo, garantindo que os municípios vão continuar a empenhar-se, agora, na criação de uma área protegida na Serra D'Arga.
“Vamos continuar a trabalhar para a criação da área protegida de interesse regional na Serra D'Arga, que vai beber e beneficiar da constituição da Associação de Municípios da Serra D'Arga”, o que deverá acontecer nos próximos meses”, unindo os concelhos de Caminha, Ponte de Lima, Viana do castelo, Vila Nova de Cerveira, e Paredes de Coura.
“Queremos ser nós a gerir aquela biodiversidade e podermos dar ainda mais valor económico e paisagístico aquele espaço que é extraordinário e, que a partir de hoje, fica sem esta nuvem, sem esta ameaça da exploração de Lítio”, acrescentou. Miguel Alves.
Por outro lado, o autarca diz compreender a apreensão de autarcas e populares que permanecem favoráveis ao processo de prospeção e de pesquisa de Lítio, preterindo “a emotividade e o frenesim das redes sociais” em favor de argumentos racionais.
“Percebendo bem que há emotividade sempre nestes momentos e que as redes sociais entram em frenesim quando se trata de debater estes assuntos, mas não é isso que é crucial nestes debates. O que é crucial é demonstrarmos, provarmos, argumentarmos, a favor da valia do nosso território quando comparada com a valia da exploração de Lítio”, sublinha.