Presidenciais: Marcelo prevê gastar 25 mil euros e promete campanha positiva
23-12-2020 - 11:45
 • Lusa

"Eu não irei fazer uma campanha atacando nenhum candidato nem nenhuma candidata. Direi exatamente aquilo que penso sobre o futuro do país", afirmou o Presidente recandidato na entrega das assinaturas no Tribunal Constitucional.

Marcelo Rebelo de Sousa apresentou esta quarta-feira o orçamento da sua campanha de recandidatura ao cargo de Presidente da República, em que prevê gastar 25 mil euros, sem cartazes, comícios, espetáculos ou brindes.

À saída do Tribunal Constitucional, questionado sobre o seu orçamento de campanha, o candidato declarou que são "25 mil euros", acrescentando: "Tenciono não gastar mais do que isso".

De acordo com o documento hoje entregue no Tribunal Constitucional, a maior parte dos gastos serão com "custos administrativos e operacionais", no valor de 16 mil euros. O candidato estima gastar 3.500 euros em "propaganda, comunicação impressa e digital", 1.500 euros com a "conceção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado ".

Quanto às receitas, o valor previsto para a subvenção estatal é também de 25 mil euros e o orçamento não contempla contribuições de partidos políticos nem angariação de fundos, mas apenas donativos no valor de 1.500 euros.

Marcelo Rebelo de Sousa inscreveu ainda no seu orçamento de campanha 2.500 de donativos em espécie e 1.500 euros de cedência de bens a título de empréstimo tanto no quadro de receitas como no quadro de despesas.

Marcelo Rebelo de Sousa entregou 12.747 assinaturas no Tribunal Constitucional para formalizar a recandidatura ao cargo de Presidente da República e prometeu fazer uma "campanha pela positiva", apresentando-se como "fator de estabilização, de pacificação e de compromisso".

"A minha ideia hoje é apresentar a candidatura e no futuro é fazer uma campanha pela positiva. Eu não irei fazer uma campanha atacando nenhum candidato nem nenhuma candidata. Direi exatamente aquilo que penso sobre o futuro do país", declarou o candidato aos jornalistas, à saída do Palácio Ratton, em Lisboa.

Acompanhado por meia dúzia de pessoas, que disse ser "um núcleo muito pequeno que ajudou a recolher as assinaturas", 12.747 no total, hoje entregues no Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu a todos os que contribuíram para a sua recolha, observando: "Não chegam ao número de há cinco anos, 15 mil, mas foi o que foi possível".

A campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 24 de janeiro decorrerá entre 10 e 22 desse mês.


Marcelo Rebelo de Sousa, professor catedrático de direito jubilado, antigo presidente do PSD e comentador político televisivo, foi eleito nas presidenciais de 24 de janeiro de 2016, à primeira volta, com 52% dos votos expressos.

O PSD e o CDS-PP apoiam a sua recandidatura ao cargo de Presidente da República.

Este orçamento com despesas de 25 mil euros é inferior em 84% ao que Marcelo Rebelo de Sousa apresentou há cinco anos quando se candidatou às presidenciais de 2016, que previa despesas no valor de 157 mil euros.

Segundo as contas entregues após essas eleições, divulgadas pelo Tribunal Constitucional em 22 de junho de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha estimado gastar 157 mil euros, apresentou despesas de 179.408 euros e receitas de 224.408 euros, dos quais 165.488 euros provenientes da subvenção estatal e 45 mil euros de donativos.

Um ano após a sua eleição, em 24 de janeiro de 2017, o Presidente da República anunciou a decisão de doar os 45 mil euros que sobraram da sua campanha a uma instituição particular de solidariedade social de Cinfães, no distrito de Viseu, e a uma escola de Mogadouro, no distrito de Bragança.

Em setembro do ano passado, quando visitava uma livraria de antiguidades em Nova Iorque, entre raridades de milhares de dólares, Marcelo Rebelo de Sousa começou a fazer as contas a uma eventual campanha de recandidatura.

À conversa com uma das proprietárias, disse: "Eu não gasto muito dinheiro, sabe quanto é que gastei na minha campanha presidencial? Não vai acreditar".

"O equivalente a 180 mil dólares. Não é muito. Da próxima vez, será menos do que isso", acrescentou, perante a comunicação social, para de imediato corrigir: "Não há próxima vez".