Depois da venda do BPI aos espanhóis do CaixaBank, as acções do banco vão abandonar o PSI20. O BPI regista, na manhã desta quinta-feira, uma queda de 10% para 0,947 por acção. Os títulos deixarão de estar cotados a partir de sexta-feira.
Começa, assim, uma nova era para a instituição, que traz também mudanças na gestão, ainda que Artur Santos Silva e Fernando Ulrich continuem ligados ao banco. Além dos espanhóis, a diversidade accionista fica reduzida à Allianz.
O que vai acontecer à marca BPI?
Vamos continuar a ver o nome BPI nas agências portuguesas. O BPI vai manter a sua marca completamente autónoma do CaixaBank, garantiu o presidente do grupo catalão, na conferência de imprensa de quarta-feira.
Gonzalo Gortázar disse que a adopção da identidade do CaixaBank na instituição agora adquirida não se aplica em Portugal, uma vez que é um mercado diferente do espanhol. O Caixabank e o BPI são duas instituições que se complementam, disse o líder do banco espanhol
Que mudanças vão sentir os clientes?
Para já, nada vai mudar para os clientes, que continuam a ter os mesmos interlocutores na agência. É de esperar, no entanto, que mais tarde haja mudanças na oferta comercial.
Artur Santos Silva, fundador do BPI, já disse que o domínio catalão do BPI será melhor para os clientes, já que vão pertencer a um grupo mais sofisticado e mais forte.
O que acontecerá aos trabalhadores?
O líder do grupo catalão garantiu que não está prevista uma alteração de política seguida pelo BPI nos últimos anos. A política social do CaixaBank vai manter os princípios seguidos pelo BPI. Não se antecipam despedimentos colectivos e as saídas dos trabalhadores deverão acontecer através de rescisões feitas por mútuo acordo.
O certo é que o prospecto de oferta pública avança com a previsão de uma redução de 900 colaboradores nos próximos anos.
Já em relação à rede de agências do BPI, o CaixaBank diz que o número de encerramentos deverá manter o ritmo dos últimos anos. No ano passado foram encerrados cerca de 50 balcões.
E o que acontecerá às acções?
Deixam de poder negociar no PSI 20, mas o BPI vai continuar em bolsa. O CaixaBank não conseguiu atingir nem os 90% do capital nem os 90% dos títulos que se propunha comprar, como exige o Código de Valores Mobiliários.
O banco fica em bolsa, mas com poucos títulos. E com um accionista como a Allianz, o capital disponível no mercado é ainda mais reduzido, motivo pelo qual a Euronext decidiu excluir o BPI do seu índice de referência.
Com esta decisão, o principal índice português passa de 18 para 17 cotadas, sendo que um substituto apenas será promovido na revisão anual do índice, que ocorre apenas em Março.
E que acontece à equipa de gestão?
O cargo de presidente não-executivo passa das mãos de Artur Santos Silva para Fernando Ulrich, que deixa a presidência executiva. Santos Silva é agora presidente honorário.
Já a liderança executiva fica a cargo de Pablo Forero. A nova comissão executiva de nove elementos terá três espanhóis.