Líder parlamentar do PS admite que redução de prestações do crédito "pode não ser transitória"
22-09-2023 - 19:09
 • Susana Madureira Martins

O São Bento à Sexta está de regresso para mais uma temporada e neste programa o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, reconhece que o Governo tem de estar preparado para a possibilidade de tomar novas decisões para apoiar as famílias com as prestações das casas. Pelo PSD, Joaquim Miranda Sarmento diz-se convicto que daqui a dois anos, quando o mecanismo aprovado pelo Governo terminar, a pressão dos juros irá continuar durante mais alguns anos.

No rescaldo da aprovação pelo Governo da redução das prestações do crédito à habitação, o líder parlamentar do PS vem admitir que daqui a dois anos, quando o mecanismo terminar, será preciso tomar decisões que podem passar por prolongar o mecanismo por mais algum tempo.

Em declarações ao programa São Bento à Sexta da Renascença, Eurico Brilhante Dias diz que "ao fim dos dois anos, aquilo que todos esperamos, naturalmente, é que o Governo terá que tomar decisões e aquilo que gostaríamos é que esta medida fosse uma medida transitória", mas "pode não ser", admite o dirigente socialista.

É por isso que, acrescenta Brilhante Dias, "o Governo tem que estar preparado. E é por isso que é muito importante gerir bem as contas públicas, fazer orçamentos que sejam orçamentos credíveis, responsáveis para poder apoiar quando é necessário, e é isso que o Governo tem vindo a fazer".

O PSD já veio classificar a medida como "tardia", com o líder parlamentar social-democrata a salientar à Renascença que o partido, em fevereiro, fez uma proposta nos mesmos moldes.

Joaquim Miranda Sarmento refere que o mecanismo anunciado pelo ministro das Finanças é "uma medida positiva", alertando as famílias que aderirem que "não há poupança de juro".

O dirigente social-democrata salienta que "o que há agora é um alívio dos juros durante dois anos, numa fase, de facto muito difícil".

Joaquim Miranda Sarmento diz-se "relativamente cético" de que as taxas de juro "possam daqui a dois anos estar muito mais muito abaixo daquilo que é o patamar hoje". Nesta lógica, "as famílias vão continuar a ter uma pressão sobre a sua prestação bancária mesmo durante estes dois anos, mesmo com este alívio e provavelmente durante mais alguns anos", sublinha.