MP ​responde a acusações. O "único responsável por esta investigação tem um nome: José Sócrates"
15-12-2015 - 11:21

Antigo primeiro-ministro fez duras críticas ao Ministério Público, pela sua actuação na Operação Marquês. "Prenderam-me sem nenhum indício de corrupção."

O único responsável pelo processo em que está envolvido é o próprio José Sócrates, responde o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (MP), face às acusações do antigo governante em entrevista à TVI.

António Ventinhas diz haver fortes indícios de crimes, garantindo que o MP não faz perseguições.

"O Ministério Público não tem qualquer fito de perseguição política de qualquer partido. Nos quadros existem magistrados com diversas sensibilidades partidárias, não existe qualquer orientação partidária dentro do MP, nem por parte da senhora Procuradora-geral da República, como é evidente, e portanto o Ministério público não tem por fito essa situação", garante o presidente do sindicato à Renascença.

António Ventinhas reagia à acusação do ex-primeiro-ministro, feita na segunda-feira em entrevista à TVI, de que a procuradora-geral da República foi a "principal responsável pelo comportamento do Ministério Público" no processo "Operação Marquês" e que o caso serviu para prejudicar o PS nas eleições legislativas.

Na entrevista, o ex-primeiro ministro afirmou que Joana Marques Vidal "é a principal responsável por este processo, tem de dar uma explicação pública pelo comportamento do Ministério Público e pelo facto de todos os prazos estarem esgotados".

"Realmente, o único responsável pela existência desta investigação tem um nome… e esse nome é José Sócrates. Se não fossem os factos por ele praticados, se não fosse ostentar uma vida que não corresponde minimamente aos rendimentos de obteve, enquanto titular de cargos políticos, esta investigação não teria sido espoletada", reage António Ventinhas.

"No caso em concreto, existem fortes indícios de que o arguido José Sócrates cometeu diversos crimes", específica.

António Ventinhas diz ainda que a prisão preventiva de Sócrates foi confirmada por diversas vezes pelo Tribunal da Relação de Lisboa, lembrando que vários juízes já apreciaram os indícios existentes no processo.

O ex-líder socialista, que esteve preso preventivamente e está indiciado por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, insistiu em dizer que "um ano depois [da detenção] não há provas, nem factos, nem vai haver porque não podem provar o que não aconteceu" e que "as acusações são falsas, injustas e absurdas".

Sócrates disse também que o detiveram "sem haver qualquer indício de corrupção" e aproveitou para desmontar as eventuais imputações de crimes ligados com as Parcerias Públicas Privadas e a Parque Escolar e o envolvimento do Grupo Lena.