Nobel da Economia. Trump, o “ignorante irresponsável” que vai levar ao “desastre”
09-11-2016 - 10:40

Para Paul Krugman o resultado das eleições norte-americanas deve conduzir a economia mundial a uma recessão.



O prémio Nobel da Economia Paul Krugman defende que a vitória de Donald Trump deve dar início a uma “recessão global, sem fim à vista”.

Num artigo no seu espaço habitual de opinião no “New York Times”, o economista constata que os mercados, em todo o mundo, caíram depois de confirmada a vitória do candidato republicano e alerta que é impossível prever a recuperação.

“O desastre para a América e para o mundo tem tantas variantes que as ramificações económicas estão no fundo da minha lista de receios. Mesmo assim, creio que as pessoas querem respostas e se a pergunta é: quando é que os mercados vão recuperar, à primeira vista, a resposta é – nunca- ", escreve o Nobel.

Para o economista norte-americano, é uma "má notícia" colocar um homem “irresponsável e ignorante”, assessorado pelas pessoas erradas, à frente do país com a mais importante economia do mundo.

Segundo o artigo, acresce que a situação de fragilidade em que se encontra o mundo (oito anos após uma grande crise financeira) está a piorar tudo "neste momento”.

No seu texto, antecipa que a Reserva Federal deixará de estar disponível para estimular a economia, dado que terá menor margem para cortar os juros. “Estamos provavelmente a olhar para uma recessão global, sem fim à vista”.

“Agora, vem aí a ‘mãe de todos os efeitos adversos’ – e o que vem aí é um regime que vai mostrar-se ignorante e hostil sobre políticas económicas perante todos os esforços para fazer funcionar soluções”, afirmou.

O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as eleições, derrotando, contra o que previam as sondagens, a adversária democrata, Hillary Clinton, segundo os primeiros resultados provisórios divulgados.

No discurso de vitória, Trump garantiu que será o Presidente de todos os americanos e que é hora de os norte-americanos curarem as feridas da divisão e se juntarem "como um povo unido".

O sucessor de Barack Obama vai tomar posse a 20 de Janeiro de 2017, numa cerimónia pública junto ao edifício do Capitólio, em Washington.