Na Escola Básica e Secundária de Vila Cova, em Barcelos, troca-se o conceito de “sucesso” pelo de “êxito”. Neste estabelecimento de ensino, “passar de ano não chega”, garante o director Alberto Rodrigues.
No "ranking" tradicional há apenas uma escola secundária pública nas 30 mais bem cotadas. Mas este ano o Ministério da Educação introduziu uma novidade: o indicador “percursos directos de sucesso”, que mede a progressão dos alunos que à entrada para o ensino secundário tinham um nível escolar semelhante. Com ele, a Renascença elaborou um novo “ranking”, onde as públicas ganham terreno. Este “ranking” é liderado por uma escola pública, a Básica e Secundária Vila Cova.
“O nosso objectivo prioritário é levar cada aluno a dar o máximo de si”, diz o director da escola. Limitar o sucesso à transição de ano é “redutor”.
Há 16 anos que esta filosofia inspira o funcionamento da escola, o espírito da comunidade docente e a motivação dos cerca de 500 alunos, 60 deles a frequentar o ensino secundário onde as turmas não ultrapassam os 20 estudantes.
As dimensões reduzidas “fazem toda a diferença” na hora de aprender e de ensinar, garante a professora de Matemática Cristina Alves. E exemplifica: “Consigo levar os alunos todos aos quadro numa aula. Com uma turma de 30 alunos não seria possível”. “O apoio é diferente se tivermos 18 ou 30 alunos na turma”, reforça.
A escola prepara-se para abrir portas à primeira sala de leitura do futuro. Em Abril, vai nascer um espaço alternativo de aprendizagem, onde “não há carteiras alinhadas nem quadro”, explica o director da escola. Trata-se de um espaço informal de ensino em que o objectivo é que “o tempo de exposição do professor seja reduzido a 30% e os restantes 70% para o aluno”.
Estratégias de aprendizagem como esta valeram à escola – que, segundo a direcção, perdeu 5% do seu orçamento – os prémios da Fundação Gulbenkian e da Fundação Montepio nos últimos dois anos.