O bispo de Portalegre-Castelo Branco diz que o tempo de Natal é um convite permanente à “esperança” e à convicção de que Deus nunca abandona a humanidade perante “a sua fragilidade”.
Na sua mensagem para a quadra natalícia deste ano, D. Antonino Dias reconhece que no ano que passou “a desolação, o desânimo e a desistência bateram à porta de muita gente”, devido a um conjunto de acontecimentos que abalaram Portugal e o mundo.
Como a realidade “devastadora dos incêndios” que atingiram o país ao longo deste Verão, causando mais de 100 mortos e destruindo casas, empresas e centenas de milhares de hectares de florestas.
“Implacáveis (os fogos) fizeram imperar a destruição da casa comum que é a natureza, acumularam dolorosamente o sofrimento humano, ceifaram pessoas e destruíram famílias, mataram animais e devastaram bens essenciais fruto do trabalho e da dedicação humana”, recorda o prelado.
Um ano em que continuaram a imperar realidades como a pobreza, o desemprego, a droga e o alcoolismo, ou a solidão, expressa no “sofrimento de tantas pessoas que vivem sozinhas e doentes ou são abandonadas nos lares, com frieza e ingratidão dos mais chegados”.
No plano global, o responsável católico lembra um ano que “colocou a humanidade diante do risco de novos conflitos à escala mundial, deu a provar o sabor das novas ditaduras, escaqueirou os princípios éticos em manifestações variadas de corrupção, confrontou as pessoas com a violência e as agressões gratuitas, surpreendeu com uma autêntica desumanização civilizada”.
E mostrou “a fragilidade e a dificuldade da educação e da liberdade, o falhanço dos projectos, a debilidade dos compromissos, a apetência pela indiferença e pelo egoísmo”.
Perante todos estes obstáculos, poderia haver “pelo menos dois caminhos”, aponta D. Antonino Dias, o da vitimização e estagnação, ou o do “empreender caminho”.
“Ora, o Natal é sempre a segunda opção”, frisa aquele responsável.