Presidente da ADoP explica controlos a Pichardo
13-09-2019 - 12:45
 • João Fonseca

Manuel Brito sublinha a forma "simpática" como o atleta do Benfica abordou as várias visitas das brigadas antidoping e esclarece que entidades estiveram por trás dessas ações.

O presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Manuel Brito, explicou, esta sexta-feira, em entrevista a Bola Branca, as diversas visitas que Pablo Pichardo, cubano naturalizado português, e que representará a seleção nacional nos Mundiais de Atletismo, em Doha, já recebeu este ano, para controlo antidoping.

Manuel Brito realçou que a maioria dessas ações tiveram a chancela da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e que as que foram realizadas pela AdoP foram as consideradas normais e relacionadas com qualquer seleção que participe em missões desportivas relevantes, como Mundiais ou Jogos Olímpicos. Ainda assim, recusou revelar quem e quantos testes de despistagem já foram feitos a atletas nas mesmas circunstâncias de Pichardo, por ser "matéria reservada".

"Os controlos que Pichardo refere são esmagadoramente feitos pela IAAF, não são feitos pela ADoP. A nossa política, relativamente às missões desportivas, é de controlarmos os atletas de uma forma genérica ou total antes de partirem para as missões. Eu não posso dizer quantos e quem foi controlado, porque é matéria reservada. O que posso dizer é que há uma política comigo, que é antes de uma missão de uma determinada modalidade e de algum relevo se efetuar, os atletas portugueses são controlados", esclareceu o dirigente.

Manuel Brito não é "chauvinista"

De qualquer forma, Manuel Brito refutou qualquer outra intenção que não a desportiva, por trás dos controlos efetuados a Pichardo: "Era o que faltava." O presidente da ADoP garantiu que não é "chauvinista" e disse mesmo que adora Cuba, país de origem do saltador do Benfica. Sendo atleta português, Pichardo é tratado como "todos os outros":

"É um atleta português, representa a seleção nacional, é igual a todos os outros. Nós procuramos efetuar controlos que interfiram minimanente, mas um controlo antidopagem interfere sempre com os processos de treino e de competição. Mas pretende-se que sejam feitos de forma discreta rápida e que os atletas não estejam em stress."

Formar para não apanhar de surpresa

Manuel Brito destacou, ainda, a forma "simpática" como Pichardo falhou sobre as visitas. "Ele próprio já está rotinado e não fica especialmente perturbado, aliás as declarações dele são simpáticas", assinalou.

O presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal esclareceu, a terminar, que estão a ser realizadas sessões de formação e informação para que os próprios aprendam os "processos" e "implicações" daquela que é "uma regra do jogo", ou seja, um desporto sem doping.