As novas lentes fotocrómicas vão permitir maior velocidade de adaptação à luz interior. Foram desenvolvidas pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em parceria com uma empresa de Vila Real.
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a empresa POLO, produtora de lentes oftálmicas, estão a desenvolver lentes capazes de escurecer quando expostas ao sol e voltar ao estado incolor em locais não iluminados directamente pelo sol, de forma rápida e confortável.
Paulo Coelho, docente da UTAD e investigador do Centro de Química, explica que “foram desenvolvidos dois protótipos de lentes que adquirem tons cinzento ou castanho quando expostas ao sol e revertem completamente ao estado incolor em apenas dois minutos, quando deixam de estar expostas à luz do sol”.
Segundo o investigador, as lentes que existem no mercado, coram em cerca de 30 segundos quando expostas ao sol, mas “na ausência de luz descoram muito lentamente, levando cerca de oito minutos até se adaptarem à luz interior, o que torna o seu uso desagradável”.
Também nas lentes existentes, a exposição a diferenças de temperatura, “conduz regularmente à formação de fissuras que inviabilizam o seu uso”, acrescenta Paulo Coelho, assegurando que as novas lentes oferecem “melhor adaptabilidade às condições de luminosidade e não apresentam qualquer problema ao nível de formação de fissuras”.
As lentes oftálmicas modernas são, segundo a UTAD, um produto de alta tecnologia, compostas por uma base polimérica transparente sobre a qual são colocadas diversas camadas de compostos químicos que lhe vão conferir propriedades antirisco, anti-reflexo, anti-estáticas (repelem poeiras), fotocrómicas, hidrofóbicas (repelem a água) e que protegem a lente da acção destrutiva dos raios UV.
O produto exige uma durabilidade assegurada de dois anos, pelo que, de acordo com Paulo Coelho, estão a ser efectuados testes de envelhecimento acelerado “para garantir que a performance não se altera ao longo do período de vida da lente”.
Com um orçamento global de 246 mil euros, o projecto "ColorLens" foi financiado em 165 mil euros pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Factores de Competitividade e encontra-se em processo de registo de patente nacional e internacional.