Aumento dos salários. FESAP diz que Costa tem de deixar de prometer e "passar aos atos"
04-06-2022 - 21:18
 • Liliana Monteiro , João Carlos Malta

O primeiro-ministro disse este sábado que deve haver um esforço coletivo de aumento dos salários dos portugueses, para que haja “maior justiça” e os salários médios em Portugal possam aumentar 20%.

O secretário-geral da Frente Sindical da Administração Pública (FESA), José Abraão, diz que já não é a primeira vez que António Costa afirma que é preciso aumentar salários, mas que o importante é “passar das palavras aos atos”.

O primeiro-ministro apelou esta sábado às empresas para que contribuam para um esforço coletivo de aumento dos salários dos portugueses, para que haja “maior justiça” e os salários médios em Portugal possam aumentar 20%.

Segundo António Costa, que falava perante uma plateia de jovens, no Algarve, as empresas têm de ter consciência que deve haver “maior justiça nas políticas remuneratórias que praticam”, sublinhando que, na União Europeia, o peso dos salários no conjunto da riqueza nacional é de 48% e em Portugal é de 45%.

“Isso significa o quê? Que nós temos que nos próximos quatro anos conseguir fazer todos em conjunto, a sociedade, o Estado, as empresas, o esforço para que o peso do nosso salário, dos salários dos portugueses, no conjunto do Produto Interno Bruto, seja pelo menos idêntico àquele que existe na média europeia, ou seja, subir dos 45 para os 48%, o que implica um aumento de 20% no salário médio do nosso país”, sublinhou.

Abraão sustenta que o processo de aumento de salários já podia ter iniciado, devido a flexibilização europeia dos resultados do défice e da dívida. “Já se podia ter começado, com o objetivo de se travar esta pobreza laboral. E evitar que haja milhares de jovens que praticamente paguem para trabalhar”, critica.

O líder sindical disse ainda os “serviços públicos passam por dificuldades enormes e vão continuando a prestar os seus serviços às empresas, em muitos casos de forma deficiente, com uma desmotivação enorme pelos trabalhadores”.

“Era preciso dar sinais de que o caminho e o virar de página se vai verificando. Continuamos na política do empurrar para a frente”, lamenta.